Sócrates vai à tomada de posse de Lula da Silva

O ex-primeiro-ministro já está no Brasil para assistir à cerimónia de posse do novo Presidente do Brasil, Lula da Silva. A viagem não interfere com apresentações quinzenais na GNR.

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José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal Daniel Rocha

O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi convidado para a tomada de posse do recém-eleito presidente do Brasil, Lula da Silva, e marcará presença, avança o Expresso. A cerimónia acontece no dia 1 de Janeiro, próximo domingo, no Palácio do Planalto, em Brasília.

O convite terá partido do embaixador Fernando Igreja, responsável pelo protocolo da cerimónia de posse, que foi também quem convidou o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa parte esta sexta-feira para o Brasil, ao passo que Sócrates se encontra no país desde quinta-feira e aí ficará até terça-feira.

Embora o antigo primeiro-ministro esteja obrigado a apresentar-se quinzenalmente à GNR - já que, no passado, "se ausentou de Portugal por períodos superiores a cinco dias sem o ter comunicado ao tribunal" apesar de ser arguido da Operação Marquês por branqueamento e falsificação de documentos - a viagem não deverá interferir com essa obrigação, visto que a próxima vez que terá de se apresentar é a 8 de Janeiro, divulga o semanário.

Da mesma família política, a relação entre Sócrates e Lula não é recente. Em 2019, depois de sair da prisão onde esteve por 580 dias após uma condenação por corrupção no âmbito da Operação Lava-Jato, o agora presidente do Brasil compareceu na apresentação do livro A Confiança do Mundo de Sócrates, tendo inclusive assinado o prefácio da obra.

Nessa altura, defenderam-se mutuamente. Sócrates escreveu um texto para a revista brasileira Carta Capital em que saudou a libertação de Lula, considerando que a sua prisão se deveu a uma "fraude judicial" e à "miserável conduta" do juiz Sérgio Moro que "instrumentalizou a sua função, colocando-a ao serviço de uma caçada política". Já o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), baseando-se na sua experiência, defendeu que caso não fosse possível provar a acusação a José Sócrates, os procuradores do Ministério Público deveriam ser punidos.

Este ano, Sócrates terá tido encontros com o próprio Lula e pessoas do seu círculo, segundo a Visão. Mas, em declaração escrita à revista, o agora presidente brasileiro garantiu que Sócrates não fez parte da campanha eleitoral.

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