Costa atribuiu cheias de 2014 aos caprichos de São Pedro, como diz a Iniciativa Liberal?

É verdade: sem nunca usar a palavra “caprichos”, o então autarca de Lisboa atribuiu a responsabilidade a São Pedro.

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Imagem das cheias em Lisboa, em 2014 Facebook Pensar Lisboa

A frase

“Na altura, Costa atribuiu a culpa aos caprichos de São Pedro. Disse: ‘São Pedro goza de um estatuto de imunidade que está acima das responsabilidades.’”

Rodrigo Saraiva, deputado da Iniciativa Liberal

O contexto

No debate parlamentar de 14 de Dezembro, um dia depois das fortes inundações que se verificaram na zona da Grande Lisboa, o líder da bancada da Iniciativa Liberal lembrou que, por ocasião das cheias de 2014, quando era autarca na capital, “Costa atribuiu a culpa aos caprichos de São Pedro. Disse então: ‘São Pedro goza de um estatuto de imunidade que está acima das responsabilidades.' Mostrou o seu estilo de fazer política, empurrar os problemas com a barriga, trocando o debate sério por graçolas.”

Os factos

É possível encontrar, sem muita dificuldade, a declaração a que o liberal se refere. Está na página da Assembleia Municipal de Lisboa, num texto de 14 de Outubro de 2014. Aí se conta que, à entrada de uma reunião daquele órgão, António Costa afirmou aos jornalistas que “não existe solução” para as cheias da cidade e acrescentou : “São Pedro goza de um estatuto de imunidade que está acima das responsabilidades.”

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Além disso, o autarca justificou que as cheias de então não estiveram relacionadas com a falta de limpeza das sarjetas e dos sumidouros e respondeu às críticas da oposição, que pedia a execução do plano de drenagem, dizendo: “O plano de drenagem não faz desaparecer estas situações. A solução não existe”. Para António Costa, era então preciso “ter consciência” de que, quando se trata de “situações atmosféricas anómalas (...), as consequências são sempre anómalas”. "A natureza será sempre mais forte do que nós”, concluiu.

Em resumo

Ainda que a palavra “caprichos” nunca tenha sido usada por António Costa, a citação feita por Rodrigo Saraiva, oito anos depois, é fiel à verdade dos factos.

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