Dona de casa de alterne em Santarém constituída arguida por lenocínio

A arguida, de nacionalidade portuguesa, terá obtido, ao longo de dezenas de anos, “avultados lucros indevidos com a exploração sexual de mulheres estrangeiras”.

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A operação esteve a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Rui Gaudencio

A proprietária de uma casa de alterne em Santarém foi constituída arguida na sequência de uma operação realizada na madrugada desta sexta-feira pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no âmbito de uma investigação sobre lenocínio.

A operação, denominada “Matertera”, envolveu cerca de três dezenas de inspectores e consistiu em várias buscas a casas e a um estabelecimento de diversão nocturna, refere o SEF em comunicado divulgado neste sábado.

De acordo com a mesma fonte, a operação foi realizada no âmbito de um processo que investiga, desde 2019, a prática do crime de lenocínio.

A investigação foi iniciada por fortes suspeitas de tráfico de pessoas para exploração sexual, mas o período de pandemia de covid-19 impossibilitou a sua concretização, “apesar de a actividade ter continuado a realizar-se à porta fechada, em incumprimento das medidas legisladas de combate à pandemia”, refere o serviço de fronteiras.

“Durante o período em que decorreu a investigação foram referenciadas várias situações que vieram a indiciar a prática dos crimes de lenocínio e, também, de branqueamento de capitais”, acrescenta.

A mulher que foi constituída arguida, de nacionalidade portuguesa, terá obtido, ao longo de dezenas de anos, “avultados lucros indevidos com a exploração sexual de mulheres estrangeiras, cuja actividade de cariz sexual indicia ocorrências de tráfico de pessoas”, adianta o SEF.

A operação, que concluiu que cerca de metade das 50 mulheres estrangeiras identificadas estava ilegalmente em Portugal, permitiu ainda apreender vários documentos que “corroboram as suspeitas iniciais”, além de mais de 60 mil euros, provenientes da exploração sexual.

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