ONU critica raides “arbitrários” de Israel a organizações da sociedade civil

Sete ONG palestinianas foram consideradas “terroristas” pelo Estado hebraico. Nações Unidas protestam.

Foto
Sede da União dos Comités de Mulheres Palestinianas depois do raide israelita ATEF SAFADI/EPA

Israel encerrou na quinta-feira sete organizações palestinianas, depois de apreender documentos e computadores das suas sedes e fechar as suas portas. Antes, Israel tinha considerado seis destas organizações como “terroristas”, acusando-as de ser usadas pela Frente Popular para a Libertação da Palestina.

As Nações Unidas disseram que os encerramentos pareciam “totalmente arbitrários” e que Israel não respondeu ao pedido de informação sobre a base para designar as organizações como terroristas.

“Apesar de se ter oferecido para o fazer, as autoridades israelitas não apresentaram às Nações Unidas qualquer prova credível para justificar esta classificação”, dizia um comunicado do gabinete de Direitos Humanos da ONU. “Assim, os encerramentos parecem totalmente arbitrários.”

As Nações Unidas identificam as organizações, com sede em Ramallah, como a Associação de Apoio a Prisioneiros e de Direitos Humanos Addameer, Al Haq, Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento, Comités de Saúde e Trabalho, União de Comités de Trabalho Agrícola, União de Comités de Mulheres Palestinianas, e a Defense for Children International – Palestina.

Nove países da União Europeia disseram que iam continuar a trabalhar com estas organizações, sublinhando que não há provas da acusação de Israel.

O Departamento de Estado norte-americano declarou que Israel tinha dito aos Estados Unidos que daria mais informação sobre as razões por trás da decisão, depois de altos responsáveis norte-americanos terem contactado congéneres israelitas. “Vamos avaliar a informação que nos chegar e tiraremos a nossa própria conclusão”, disse o porta-voz Ned Price.

Enquanto isso, continuou a registar-se violência no terreno: em Nablus, um palestiniano de 18 anos foi morto e pelo menos 30 pessoas ficaram feridas em confrontos entre militares israelitas deslocados para acompanhar um grupo de judeus que iam visitar o Túmulo de José e palestinianos da cidade. O Exército diz que o jovem disparou contra os soldados.

E esta sexta-feira, um homem de 58 anos morreu depois de ter sido atingido a tiro por soldados israelitas em Tubas, onde decorria uma operação militar para deter membros da Jihad Islâmica, que foi ainda o alvo de Israel numa operação militar na Faixa de Gaza que terminou a 7 de Agosto. Um vídeo que circulava nas redes sociais mostrava-o a tentar esconder-se numa padaria, aparentemente antes de ser atingido.

Sugerir correcção
Comentar