O novo avião da TAP chama-se Zeca Afonso

Para marcar o 25 de Abril, a companhia homenageou Zeca, uma das vozes da Revolução e da eterna senha “Grândola, Vila Morena”.

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"Zeca Afonso", o avião dr

Pelo país, são muitas as homenagens a Zeca Afonso [1929 -1987], incluindo ruas e praças. Mas em forma de avião é a primeira: a TAP anunciou, para marcar o 25 de Abril, que um dos seus novos aviões já voa com o nome por que ficou conhecido José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, um dos maiores criadores da música portuguesa no século XX e figura marcante na luta contra a ditadura e da Revolução.

Poeta, compositor e intérprete, o autor e voz da seminal Grândola, Vila Morena, senha da revolução, passa agora a ter o seu nome num Airbus A321LR. “O seu legado está agora inscrito num dos novos Airbus A321 Long Range”, informa a TAP, indicando que este avião de longo curso é uma “aeronave narrow body com capacidade para operar rotas transatlânticas”. Permite à companhia, indicam, “complementar a sua oferta em várias cidades no Nordeste do Brasil e América do Norte”.

O anúncio oficial foi feito a 25 de Abril e com direito a um momento especial: a TAP marcou os 48 anos da Revolução com uma recepção especial ao avião Zeca Afonso: “Regressou a Lisboa vindo de Montreal, no Canadá” e a recepção aos passageiros foi feita “pela CEO da Companhia, Christine Ourmières-Widener, que lhes ofereceu pastéis de nata à chegada”.

Além de Grândola, Vila Morena, senha do 25 de Abril de 1974, Zeca Afonso, nascido em 1929 em Aveiro, marcou a música portuguesa com outros grandes temas – de Traz outro amigo também à Canção de embalar, Índios da Meia Praia, Os vampiros, A formiga no carreiro, Menino d’ oiro... a lista é grande. Professor, perseguido durante a ditadura, gravaria de 1966 até 1985 15 álbuns. Morreu em Setúbal, a 23 de Fevereiro de 1987, com 57 anos.​

Entre os homenageados pela TAP com baptismos de avião contam-se figuras da cultura e História portuguesas dos mais diversos tempos e temas: de Carlos Paredes a Amália ou Zé Pedro dos Xutos, Camões, Gil Vicente ou D. Afonso Henriques; Humberto Delgado, Agostinho da Silva, Fernando Pessoa, Manoel de Oliveira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Almada Negreiros, Aquilino Ribeiro ou Eusébio.

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