Rede eléctrica da Ucrânia e Moldova passa a estar ligada à europeia

“Ilha energética” da Ucrânia e da Moldova encontra-se agora ligada à da União Europeia para garantir que não existem falhas no abastecimento com as consequências da invasão russa para o sistema eléctrico dos países.

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São vários os civis e profissionais que tentam, em território ucraniano, arranjar os sistemas eléctricos depois dos ataques russos LUSA/MIGUEL A. LOPES

A Ucrânia concluiu esta quarta-feira o processo de sincronização da sua rede eléctrica com a da União Europeia. Esta decisão visa garantir o seu abastecimento depois de a Rússia ter cortado completamente o fluxo de energia após o começo da invasão. Foram também vários os “actos brutais” levados a cabo pelas forças russas que danificaram o sistema eléctrico em várias áreas no território ucraniano.

Barbara Pompili, ministra francesa para a Transição Ecológica, cujo país detém a presidência rotativa da União Europeia (UE), anunciou que a rede eléctrica ucraniana está agora “ligada” à rede europeia. “Estávamos comprometidos com isso, e agora está feito: a rede eléctrica ucraniana, que opera desde o início da guerra em modo isolado, está ligada desde esta manhã à rede europeia”, escreveu no Twitter a ministra.

“Os sistemas de energia ucraniano e europeu já estão a trabalhar em sincronia”, disse também o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, em comunicado no qual destacou que a Rússia tentou colapsar o sistema eléctrico ucraniano bombardeando centrais nucleares, termoeléctricas e linhas de energia eléctricas. No Twitter, agradeceu este esforço da União Europeia: “Agora, a electricidade [ucraniana] flui [na UE] e vice-versa.”

Esta sincronização incluiu também a Moldova, uma vez que constitui uma “ilha energética” juntamente com a Ucrânia. Assim, a rede europeia dará apoio aos sistemas energéticos dos dois países para os tornar mais estáveis - após uma análise que provou a fiabilidade desta ligação.

A desconexão da rede eléctrica russa com a ucraniana ocorreu no final de Fevereiro, mas Kadri Simson, comissária europeia para a Energia, considera que a decisão foi tomada com rapidez e que “representa um marco histórico para a relação entre a UE e a Ucrânia”. Acrescentou ainda que “a Ucrânia faz agora parte da Europa.”

A comissária comemorou também a conclusão deste projecto anunciando que os ucranianos poderão, agora, “ter casas quentes e luzes acesas em tempos de escuridão.”

A interligação da Ucrânia e da Moldova com as redes eléctricas da União Europeia não seguiu os canais habituais de ratificação da UE, mas permaneceu nas mãos da Rede Europeia de Operadores de Redes de Transporte de Electricidade (ENTSO-E), segundo a Europa Press. Esta operação foi também realizada em colaboração com o operador ucraniano Ukrenergo e o operador moldavo Molelectrica, que gerem as respectivas redes eléctricas.

A interligação de emergência permite a sincronização entre ambas as redes eléctricas cumprindo as medidas necessárias para limitar os riscos operacionais. Além disso, acções excepcionais estão a ser implementadas com o apoio das partes envolvidas. Está previsto, por exemplo, um acompanhamento abrangente da situação, bem como medidas para responder à evolução da situação na Ucrânia.

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