PSD pode ter de repensar calendário interno

Rio diz que adiamento da posse dos deputados “nada tem a ver” com o calendário interno, mas há conselheiros nacionais que preferiam acelerar eleição do novo líder.

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Rui Rio disse que gostaria de sair da liderança até Julho LUSA/MIGUEL A. LOPES

O adiamento da posse da Assembleia da República e do Governo por um mês poderá condicionar o calendário eleitoral interno do PSD. Rui Rio descartou essa hipótese mas a questão está em reflexão por parte de conselheiros nacionais, apurou o PÚBLICO.

Após os resultados das legislativas de 30 de Janeiro, o líder do PSD mostrou disponibilidade para sair do cargo até Julho, abrindo a porta ao próximo conselho nacional deste sábado para decidir qual o melhor calendário eleitoral neste intervalo de tempo.

Apoiantes de Luís Montenegro, que se perfila como candidato à liderança do PSD, defendiam que as eleições directas pudessem ser em Abril e o congresso em Maio, embora sem pretenderem que o líder fosse “empurrado” para a saída.

Outros conselheiros nacionais defendem menos pressa nas datas e a realização de um congresso de reflexão ainda antes do processo eleitoral.

Esta alteração do calendário parlamentar e governativo pode vir dar força à ideia de que o PSD tem de aproveitar esta pausa para se reorganizar internamente já que a actual direcção não terá de se preocupar com a instalação da Assembleia da República nem com o debate sobre o Orçamento do Estado para 2022. Há conselheiros nacionais que não vêem utilidade em prolongar a liderança de Rui Rio quando há um esvaziamento do espaço político.

À saída da reunião com o primeiro-ministro, Rui Rio disse que a alteração das datas de posse da AR e do Governo, por causa da necessidade da repetição das eleições no círculo da Europa, “não tem nada a ver” com o calendário interno. Mas o conselho nacional do próximo sábado levará em conta este adiamento e nem é certo que aprove datas para a eleição do novo líder do PSD. Há conselheiros nacionais que defendem que a reunião deveria ser um momento de reflexão e só numa outra posterior se deveriam marcar eleições.

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