Polícia Judiciária e IGAS investigam incêndio no Hospital de São João

Vários órgãos de comunicação social noticiam nesta segunda-feira que o incêndio foi provocado por um doente que acendeu um cigarro no quarto, quando se encontrava a receber oxigénio.

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O incêndio no Hospital de São João causou a morte a uma pessoa LUSA/RUI MANUEL FARINHA

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o incêndio que deflagrou, neste domingo, no Hospital de São João, no Porto, causando um morto e quatro feridos graves, disse nesta segunda-feira à agência Lusa fonte desta força de investigação criminal. Também a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) instaurou um processo de inquérito para apurar as responsabilidades no incêndio.

Este processo vai ser conduzido por dois inspectores do Núcleo Regional do Norte da IGAS, informa aquela entidade num comunicado enviado às redacções na tarde desta segunda-feira.

“Este ano a IGAS iniciou a realização de auditorias à capacidade de resposta dos estabelecimentos e serviços do Serviço Nacional de Saúde em situações de emergência. Nestas auditorias está a ser avaliado o nível de preparação e planeamento dos serviços de saúde para responder a situações de emergência não previstas, desconhecidas e de impacto elevado, mantendo a continuidade da prestação de cuidados de saúde”, lê-se no comunicado.

A IGAS dá ainda conta de que este ano foram realizadas quatro auditorias deste âmbito, nas seguintes entidades: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central e Hospital Arcebispo João Crisóstomo - Cantanhede.

Segundo fonte da PJ, aquela força de investigação criminal “foi chamada a investigar as circunstâncias” do incêndio que, pelas 17h40 de domingo, atingiu o piso 9 do Hospital de São João, onde está o serviço de pneumologia, e que obrigou à retirada de doentes.

Vários órgãos de comunicação social noticiam nesta segunda-feira que o incêndio foi provocado por um doente que acendeu um cigarro no quarto, quando se encontrava a receber oxigénio.

O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) remeteu para a tarde desta segunda-feira mais esclarecimentos.

Em comunicado divulgado no domingo, o CHUSJ diz que o incêndio, “de elevada complexidade”, foi dado como extinto às 19h, dando conta da existência de “uma vítima mortal a lamentar, [de] quatro feridos graves” e de “cinco profissionais afectados”, que receberam assistência no serviço de urgência.

“As causas do incêndio estão a ser apuradas e será aberto um processo de averiguações interno”, refere o CHUSJ, acrescentando que “o plano de incêndio do hospital e o plano de emergência interno foram prontamente activados, possibilitando a deslocação dos doentes e dos profissionais, bem como o combate ao incêndio pelas equipas internas e pelas corporações de bombeiros”.

O CHUSJ sublinha ainda que o hospital está a “prestar informação e apoio psicológico às famílias das vítimas e aos profissionais”, tendo apresentado “os mais sentidos pêsames à família da vítima mortal”.

Uma nota publicada na noite de domingo no site da Presidência da República refere que Marcelo Rebelo de Sousa contactou o presidente do conselho de administração do Hospital de São João, na sequência do incêndio, exprimindo solidariedade para com todos os envolvidos.

“O Presidente da República falou esta noite com o Prof. Doutor Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, para se inteirar do incêndio desta tarde, que causou quatro vítimas, uma das quais entretanto falecida, e exprimir solidariedade com todos os afectados e respectivas famílias, mas também com os profissionais daquela unidade de saúde”, lê-se no comunicado.

Notícia actualizada às 16h do dia 20 de Dezembro de 2021 com informação de que a IGAS instaurou um processo de inquérito para apurar as responsabilidades no incêndio.

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