Morreu António Osório de Castro, poeta e antigo bastonário da Ordem dos Advogados

Presidente da República lembra homem que “acreditou na harmonia das coisas e com as coisas”.

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António Osório de Castro Ordem dos Advogados

O poeta e antigo bastonário da Ordem dos Advogados António Osório de Castro morreu esta quinta-feira aos 88 anos, revelou a Ordem em comunicado.

António Osório de Castro nasceu a 1 de Agosto de 1933 em Setúbal e licenciou-se em 1956 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Entre vários cargos desempenhados na Ordem dos Advogados, Osório de Castro foi eleito bastonário para o triénio 1984-1986.

“Foi, além disso, sob o nome de António Osório, um poeta de enorme qualidade, tendo recebido vários prémios como o Prémio Literário Município de Lisboa (1982), o Prédio P.E.N. Clube Português de Poesia (1991) e o Prémio Autores (2010)”, salienta ainda a Ordem na nota.

A Ordem dos Advogados, no nome do actual bastonário Luís Menezes Leitão e do conselho geral manifestaram ainda “o mais profundo pesar pelo falecimento” de António Osório de Castro, e apresentam “sentidas condolências à sua família”.

António Osório de Castro foi também administrador da Comissão Portuguesa da Fundação Europeia da Cultura e presidente da Associação Portuguesa para o Direito do Ambiente.

Dirigiu a Revista de Direito do Ambiente e do Ordenamento do Território, que fundou, e era director da Foro das Letras, revista da Associação Portuguesa de Escritores-Juristas.

Como poeta tem livros publicados no Brasil, em Espanha, em França e em Itália e está também traduzido em revistas para francês, inglês e catalão.

Publicou obras como a Raiz Afectuosa (1972), o seu primeiro livro, A Ignorância da Morte (1978), O Lugar do Amor (1981), Décima Aurora (1982), Adão, Eva e o Mais (1983), Planetário e Zoo dos Homens (1990), Casa das Sementes (2006) e A Luz Fraterna (2009).

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa apresentou as condolências à família de um homem que “acreditou na harmonia das coisas e com as coisas”.

“Foi um poeta do amor e da família, da natureza, dos bichos, dos ofícios, minucioso, lírico, em diálogo constante com a poesia italiana, com a sabedoria oriental e com a pintura europeia. Escreveu ensaios, crónicas, memórias, poemas em prosa, aforismos, e dirigiu a revista de escritores juristas Foro das Letras”, salientou ainda o chefe de Estado.

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