Rangel adia disputa da liderança porque “ainda não é o tempo” da clarificação interna no PSD

O eurodeputado do PSD tinha deixado em aberto uma eventual candidatura à liderança do PSD nas directas de Janeiro, mas os resultados das autárquicas vieram adiar o debate.

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Paulo Rangel, eurodeputado do PSD Paulo Pimenta

A participação activa de Paulo Rangel na campanha das eleições autárquicas aumentou a já grande expectativa quanto a um eventual anúncio de entrada na corrida pela liderança do PSD, mas os resultados eleitorais dos sociais-democratas podem ter alterado os planos.

Num artigo publicado esta terça-feira no PÚBLICO, o eurodeputado do PSD escreve que “não é ainda o tempo” da clarificação ou debate interno no partido, mas que é altura de fazer “uma análise fina e detalhada” dos resultados autárquicos. “A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades”, acrescenta.

No artigo de opinião, Paulo Rangel, que em 2010 foi candidato à liderança do PSD e perdeu para Pedro Passos Coelho, não esclarece qual será a sua posição, mas antecipa aqueles que devem ser os “desafios substantivos” do partido.

Para já, importa fazer, “tão brevemente quanto possível”, essa análise detalhada dos resultados eleitorais e olhar para o “novo sinal político" de forma a “fixar e potenciar os ganhos e a inverter e reduzir as perdas”.

“O posicionamento estratégico e táctico do PSD, a curto e a médio prazo, passa pela análise, pela digestão e pela compreensão destes resultados e das tendências que eles podem projectar. Este deve ser o debate que deve animar as semanas que aí vêm”, afirma, adiando assim o debate interno sobre a liderança.

“Como bem disse o presidente do PSD, estamos ainda no perímetro do ciclo autárquico, das suas implicações e repercussões”, argumentou. Só depois disso é que o debate interno deverá ser retomado. 

O social-democrata deixa claro que há “um sinal de esperança para a construção de uma alternativa sólida e credível, capaz de mobilizar os portugueses em torno de um projecto reformista" e traça os seus limites: “um projecto construído a partir do espectro político que vai do centro (e até do centro-esquerda) até à direita moderada”. 

Paulo Rangel felicitou os autarcas vencedores, sem nunca falar do actual líder do PSD, Rui Rio.

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