Cinquentenário de Vilar de Mouros assinalado com concertos oferecidos a 400 pessoas

Para celebrar a histórica edição inaugural promovida em pleno Estado Novo, em 1971, os fãs vão ter direito a um minifestival gratuito com várias bandas portuguesas.

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A última edição antes da pandemia Paulo Pimenta

A organização do festival de Vilar de Mouros assinala no dia 28 os 50 anos do “Woodstock" português, oferecendo a 400 pessoas bilhetes para quatro concertos no palco histórico construído em 1982 para receber os U2. 

“Quisemos marcar a data e oferecer a quem levantar bilhetes a possibilidade de ter um dia diferente”, disse esta quarta-feira à Lusa Diogo Marques, da organização do festival, cuja primeira edição, lançada pelo médico António Barge, teve lugar ainda antes do 25 de Abril, no Verão de 1971, quando estrelas internacionais da música pop, como Elton John ou Manfred Mann, rumaram a esta freguesia do concelho de Caminha. 

Diogo Marques explica que o evento do dia 28 é “uma comemoração pequena, face à situação pandémica” que o país atravessa. “Vamos ter uma lotação de 400 pessoas, sentadas, com o distanciamento e todas as regras impostas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Os bilhetes vão ser oferecidos. Temos uma zona de alimentação. O festival começa às 18h30 e termina 23h30. É um minifestival só mesmo para comemorar os 50 anos”, diz.

Segundo aquele responsável, os bilhetes para os concertos com David Fonseca, a Banda do Filme Variações, Rui Pregal da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves (Live DJ Set) e Bunny Kills Bunny vão ser distribuídos pelos postos de turismo de Caminha, Vila Praia de Âncora e Junta de Freguesia de Vilar de Mouros. Esta acção de comemoração irá decorrer no próximo dia 28, a data que estava prevista para o encerramento da edição deste ano, cancelada por causa da pandemia de covid-19.

Diogo Marques adianta ainda que este minifestival irá ter lugar “no palco histórico”, criado em 1982, quando os U2 actuaram em Vilar de Mouros, a par de bandas como os Stranglers ou ou Echo and the Bunnymen. 

De acordo com a organização do festival, os bilhetes para os concertos podem ser levantados a partir das 11h00 de segunda-feira, sendo que serão distribuídos dois bilhetes por pessoa.

Os Bunny Kills Bunny sobem ao palco às 18h30 para apresentar retratos musicais dos tempos de confinamento; às 19h40, actua a Banda do Filme Variações, que “homenageia o legado de uma das maiores figuras da música dos anos 80”, António Variações; às 21h10, David Fonseca apresenta “vários hinos da sua autoria que inscreveu no cancioneiro português contemporâneo, como Kiss, oh kiss meSomeone that cannot love e Superstars”.

As comemorações encerram às 22h30 com o concerto de Rui Pregal da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves, membros fundadores dos Heróis do Mar, que “revisitam em modo Live DJ Set alguns dos temas que mais os marcaram”.

“Além do marco importante na história da música em Portugal, este evento parte da vontade de incentivar e dar trabalho a todo o tecido cultural e social, aos artistas, técnicos e comércio local da região e do país. Para tal, foi fundamental o apoio do Programa Garantir Cultura, do Município de Caminha e da Junta de Freguesia de Vilar de Mouros”, refere a organização.

O Festival Internacional de Música Moderna Vilar de Mouros, realizado em pleno Estado Novo, no verão de 1971, recebeu, além das já referidas estrelas internacionais, alguns dos mais importantes artistas nacionais de então, como o Quarteto 1111, Duo Ouro Negro e Amália Rodrigues.

“Foram três fins-de-semana que mudaram a história da música ao vivo em Portugal para sempre e estabeleceram o modelo de festival de verão nacional, inspirado no Woodstock – como assumiu o fundador Doutor António Barge –, alavancando a criação de um circuito de festivais em Portugal nas décadas seguintes, já em democracia”, adianta a nota da organização do festival, que regressou em 2014 após um hiato de oito anos.

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