Lotação? Ecrãs gigantes? Testes? Ainda não se sabe como serão “fanzones” da Liga dos Campeões

Ainda não se conhecem os pormenores para as zonas onde vão ficar os adeptos sem bilhete. PSP promete “conjunto enormíssimo de polícias” e descarta conceito de bolha.

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Nelson Garrido

Em apenas duas semanas, a Polícia de Segurança Pública (PSP) teve de preparar um jogo que, em condições normais, demora seis meses a ser planeado. Um evento complexo cuja dificuldade é exponenciada pelas restrições da pandemia da covid-19. A verdade é que, a 48 horas da final da Liga dos Campeões no Estádio do Dragão, ainda há pormenores que não estão decididos, como ficou claro na conferência de imprensa de apresentação do dispositivo de segurança para a final da Liga dos Campeões, que se realiza este sábado no Porto. 

Um dos principais pontos de dúvida prende-se com as duas fanzones que estão a ser montadas na cidade para acolher os adeptos de Manchester City e Chelsea. A lotação não está ainda definida, existe a possibilidade de estas áreas estarem equipadas com ecrãs gigantes e ainda, apurou o PÚBLICO, com uma zona de testes rápidos. A PSP já enviou um parecer sobre estas áreas, mas aguarda ainda luz verde das entidades de saúde. Mediante a resposta das entidades competentes, estas fanzones podem ser alteradas. Ao final da tarde desta quinta-feira, o PÚBLICO confirmou junto de fonte policial que este impasse se mantém, com os adeptos ingleses a continuarem a não ter conhecimento de onde – e em que condições – vão funcionar na cidade. 

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, a PSP avançou que as fanzones vão ser locais de acesso livre, com os adeptos a circularem livremente. “Eles vão poder sair dessa área. Vamos tentar apenas que não se separem em grupos e não existam problemas”, explicou Lysander Strong, superintendente na Metropolitan Police, que estará a auxiliar a PSP na operação. Oito agentes britânicos vão estar em Portugal para auxiliar as operações.

Questionadas sobre a “bolha” anunciada pelo Governo há exactamente duas semanas, as autoridades portuguesas são taxativas. “A bolha não é um termo do nosso léxico operacional”, resumiu o subintendente Cardoso da Silva esta quinta-feira.

O que se sabe

Prometido pela PSP ficou um “conjunto enormíssimo de polícias” a controlar todas as fases da operação, que será um grande desafio logístico. Tal como já é normal em outras operações, o número de efectivos não foi especificado.

A maioria dos adeptos ingleses chegará na manhã de sábado ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Contudo, a partir deste momento, os adeptos são inteiramente livres para circular pela cidade, desfazendo a “bolha” anunciada pelo Governo do Reino Unido a 13 de Maio. De acordo com a PSP, estão destacados 180 autocarros para transportar do estádio para o aeroporto os adeptos que desejem cumprir o plano de viagem traçado pelos clubes e pela UEFA.

As deslocações dos adeptos do Manchester City serão asseguradas pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), que utilizará serviços de vaivém. Do lado do Chelsea, as viagens serão feitas de metro, de modo a evitar cruzamento dos simpatizantes dos dois clubes. 

Para os habitantes da cidade do Porto, os condicionamentos começam já esta sexta-feira, a partir das 20h. Junto ao Estádio do Dragão, palco escolhido pela UEFA para a final, vão ser criados três anéis de segurança. Todo o trânsito junto ao estádio será cortado e os acessos limitados.

Está em cima da mesa um reforço dos transportes da cidade, de modo a garantir transportes suficientes para adeptos e portuenses. “Vamos ter especial atenção para que as coisas corram bem. Com a vinda dos adeptos, é uma pressão saudável”, explica a PSP.

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