Casos aumentam na faixa etária dos zero aos nove anos e diminuem nas pessoas com mais de 80 anos

Nos últimos 14 dias, houve um “aumento expressivo” das infecções “nos mais jovens, dos 25 aos 55 anos”. Nos lares, a vacinação começa a surtir efeito. Os dados foram apresentados esta terça-feira na reunião entre especialistas e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa.

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Porto Paulo Pimenta

O especialista André Peralta Santos, da Direcção-Geral da Saúde, concluiu que houve uma inversão da tendência da diminuição de novos casos – com um “ligeiro crescimento” – e um aumento mais expressivo na faixa dos zero aos nove anos. Na faixa etária das pessoas com mais de 80 anos, o número de novos casos diminuiu.

André Peralta Santos salienta que houve uma “redução assinalável de casos em todos os grupos”, mas que há “algumas novidades”, como a “inversão da tendência e aumento da faixa etária dos zero aos nove anos”. O maior decréscimo aconteceu na faixa etária com mais de 80 anos. Os dados foram apresentados esta terça-feira, numa reunião na sede do Infarmed, em Lisboa, sobre o ponto de situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.

“Algumas faixas etárias já começam a esboçar a inversão da tendência”, como as mais jovens: dos zero aos nove, mas também dos dez aos 20. No caso dos mais novos, a expressão geográfica não está igualmente distribuída em todo o território – o Grande Porto e Lisboa e Vale do Tejo apresentam maior densidade.

Quanto à incidência cumulativa ao longo dos últimos 14 dias, nota-se um “aumento expressivo nos mais jovens, dos 25 aos 55 anos” — que se traduz na população activa. 

De acordo com o especialista, a incidência cumulativa a 14 dias mostra uma “incidência moderada”, “próxima dos 71 casos por cada 100.000 habitantes e uma tendência ligeiramente crescente”.

Há 22 concelhos com incidência superior a 120 casos por cada 100.000 habitantes, o que equivale a 636 mil pessoas – ou 6,5% da população nacional. Estes concelhos com maior incidência estão dispersos por todo o país, mas o Alentejo e Algarve apresentam “mais concelhos com incidência superior”.

Aumenta o número de testes, diminui a positividade

Nos lares, a vacinação começa a dar os primeiros sinais: há apenas 121 casos activos, o “número mais baixo desde que há registos”, salienta André Peralta Santos.

No que toca a hospitalizações, a tendência também é decrescente, “apesar de ter diminuído a velocidade”. A faixa etária que mais ocupa as enfermarias em Portugal ainda é a de pessoas com mais de 80 anos. No caso da mortalidade, mantém-se a tendência decrescente. “Já estamos abaixo do limiar definido pelo ECDC em termos de mortalidade”, salienta o perito.

Sobre a testagem, nota-se uma maior testagem por cada 100.000 habitantes. A taxa de positividade mantém-se inferior a 4%. Registou-se “uma diminuição global da positividade, fruto do aumento da testagem, mas com alguns concelhos ainda com positividades acima de 4%”, explica Peralta Santos.

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