Quase metade dos portugueses passou Páscoa fora de casa

Apesar das restrições impostas pelas autoridades, muitos portugueses passaram a Páscoa fora de casa. No domingo de Páscoa, houve 12,2% da população que se deslocou mais de 20 quilómetros do seu local de residência, segundo a empresa PSE. Na segunda-feira, o índice de mobilidade foi de 90% em relação aos níveis pré-pandemia.

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Quase metade dos portugueses não passou a Páscoa em casa PAULO PIMENTA

Entre o feriado de sexta-feira e o domingo de Páscoa, 54% dos portugueses permaneceram em casa, segundo os dados divulgados esta terça-feira pela consultora PSE. Isto significa que houve menos 27% de pessoas em casa na Páscoa em relação a 2020 e que quase metade passou o feriado fora de casa, apesar das restrições em vigor.

O dia com maior confinamento desde o início da pandemia foi o domingo de Páscoa do ano passado, em que 79% das pessoas ficaram confinadas em casa. Porém, no último sábado, o confinamento foi de 49,2% e, no domingo de Páscoa, foi de 56,5%.

Nos quatro domingos anteriores ao da Páscoa (também eles com restrições, nomeadamente de circulação entre concelhos), a média de confinamento foi de 58%. O comunicado da empresa refere que “o confinamento deste ano ficou a meio caminho” do que foi o período da Páscoa no ano passado.

Já a mobilidade registada na semana da Páscoa deste ano foi 76% superior à mobilidade do ano passado (comparando-se a mesma semana), altura em que vigorava em Portugal um confinamento mais apertado do que o deste ano. Durante os dias úteis da semana de 29 de Março a 4 de Abril, a mobilidade esteve sempre “elevada, em torno dos 80% do que seria a mobilidade pré-pandemia”, refere a PSE. De sexta a domingo, a mobilidade correspondeu a cerca de metade do que seria antes da pandemia.

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Paulo Pimenta

Comparando com a véspera de Natal – em que não havia dever de recolhimento obrigatório nem restrições em vigor –, verifica-se que o nível de confinamento no dia de consoada foi de 38% e houve uma “mobilidade elevadíssima”. Ao todo, houve 62% de pessoas em mobilidade no dia 24 de Dezembro de 2020. Já no domingo de Páscoa, houve 12,2% da população que se deslocou mais de 20 quilómetros nesse dia – valor que tinha ficado pelos 4% em 2020; no total, 43,4% dos portugueses deslocaram-se das suas habitações (21,5% fizeram menos de dez quilómetros no dia, 9,7% tiveram média mobilidade e 12,2% dos portugueses andaram mais de 20 quilómetros no dia de Páscoa).

A proibição de circulação entre concelhos vigorou entre as 00h de dia 26 de Março e as 23h59 desta segunda-feira, 5 de Abril – dia em que arrancou a segunda fase do desconfinamento, com a abertura de esplanadas (num limite de quatro pessoas por grupo), das escolas do 2.º e 3.º ciclo, de ginásios sem aulas de grupo, de museus e similares.

Antes de a proibição entre concelhos para o período da Páscoa ter entrado em vigor, a PSE revelava que cerca de 10,7% tinha passado a noite de 25 de Março a mais de 100 quilómetros da sua residência habitual. Na semana de 22 a 26 de Março, o nível de desconfinamento estava “estável” e 38% dos portugueses tinham ficado em casa – quase o mesmo valor registado antes do início do segundo confinamento, em Janeiro de 2021.

Mobilidade “continua a acelerar”

Quanto à segunda etapa do processo de desconfinamento, iniciada nesta segunda-feira (5 de Abril), o índice de mobilidade foi de 90% em relação ao que se registava em dias úteis pré-pandemia. Esta análise “permite concluir que a mobilidade da população continua a acelerar e que o desconfinamento está também a aumentar gradualmente”, escreve a PSE no relatório em que analisa os dados dos últimos dias.

No dia em que reabriram escolas do 2.º e 3.º ciclo, esplanadas, museus e similares, a percentagem de pessoas que ficou em casa fixou-se nos 37,8% e houve 42% da população que tiveram destinos a mais de dez quilómetros do seu local de residência.

Estes dados são recolhidos através da monitorização de localização e meios de deslocação de um painel de 4992 indivíduos representativos do universo da população com mais de 15 anos residente em Portugal continental, indica a PSE.

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