Ana Gomes responsabiliza Marcelo por subida de “adeptos de Trump”

No âmbito da campanha para as presidenciais, a candidata da área do PS visitou associações em Carnaxide e Odivelas

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Ana Gomes teve um encontro com bombeiros e visitou uma esquadra da PSP, em Lisboa LUSA/TIAGO PETINGA

A candidata presidencial, Ana Gomes, assegurou este domingo que, se for eleita, quer usar os seus poderes “até ao último centímetro”, numa cooperação “leal, mas vigilante” com o Governo, e responsabilizou Marcelo Rebelo de Sousa pela subida dos “adeptos de Trump”.

No final de uma visita a uma esquadra em Odivelas, a diplomata foi questionada sobre a posição do actual chefe de Estado e recandidato de que seria “uma aventura” mudar de Presidente da República a meio da pandemia, assumida numa entrevista à Rádio Renascença e ao Público.

“Os americanos foram às urnas numa mobilização excepcional para se verem livres de um Presidente da República que não servia e todos respirámos de alívio, não foi nenhum obstáculo, até foi uma condição para agora serem tomadas medidas que se impunham há muito tempo”, contrapôs a candidata.

Questionada se estava a comparar Marcelo Rebelo de Sousa a Donald Trump, Ana Gomes respondeu negativamente. “Não, não estou a comparar. Mas o professor Marcelo Rebelo de Sousa é responsável pela subida dos adeptos de Trump também no nosso país, desde logo normalizando as forças políticas que fazem de Trump um herói e que seguem a mesma metodologia”, considerou.

“Sim, nesse sentido, e com as devidas distâncias, o professor Marcelo Rebelo de Sousa tem tremendas responsabilidades, até pelo facto de prescindir de fazer campanha”, afirmou, criticando que o seu adversário apenas tenha iniciado esta actividade há poucos dias e ironizando que até anda a “seguir” os seus passos, visitando hoje associações de bombeiros, como fez Ana Gomes esta manhã, primeiro em Carnaxide e depois em Odivelas.

Desafiada a responder qual será o primeiro incêndio que terá de apagar se chegar a Belém, Ana Gomes considerou que são muitos - “uma das características das mulheres é que são polivalentes” - e acabou a balizar como seria a sua articulação com o Governo.

“É evidente que esses fogos têm de ser apagados em articulação leal e franca com o Governo, mas vigilante, é esse o papel que queremos do Presidente da República”, disse.

Ana Gomes assegurou que, se ganhar as presidenciais, pretende “usar até ao último centímetro” os poderes conferidos pela Constituição.

“Quem elegemos para Presidente da República não é para ser decorativo, não é para fazer muitos sorrisos e dar palmadinhas e abraços. Os afectos são importantes, mas mais é ser vigilante e estar em permanente articulação com o Governo, o Presidente da República e os tribunais e garantir que servem os cidadãos”, disse.

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