CDS considera que mensagem de Natal de Costa “acrescenta desalento”

Os centristas foram os primeiros a comentar a declaração do primeiro-ministro e aproveitaram para recuperar três propostas que o partido já apresentou no Parlamento.

Foto
Líder do CDS não comentou a mensagem de Costa. A reacção coube a um dos seus vices LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Quinze minutos depois de António Costa partilhar a sua mensagem de Natal de 2020, já o CDS estava a reagir, considerando que o primeiro-ministro perdeu uma oportunidade para colocar alguns presentes “no sapatinho dos portugueses”, repescando três propostas que o CDS já entregou no Parlamento. Miguel Barbosa, vice-presidente do partido, disse que a mensagem natalícia do chefe de Governo “desfia lamento e acrescenta desalento a centenas de milhares de portugueses”.

António Costa serviu-nos hoje, em dia de Natal, um Governo em fim de ciclo e sem qualquer capacidade para contagiar de esperança os portugueses. Este Natal de 2020 é marcado por uma angústia profunda em que centenas de milhares de portugueses viveram o Natal do seu descontentamento. Sem qualquer espírito de Natal e sem direito ao seu milagre de Natal. Exigia-se, por isso, mais do primeiro-ministro, muito mais do Governo neste momento”, começou por dizer o vice de Francisco Rodrigues dos Santos.

Para Miguel Barbosa, “não teria sido difícil para o Governo colocar no sapatinho dos portugueses alguns presentes”, propostas que o CDS apresentou e vem apresentando. “Falo do SOS lares, uma proposta para que se apoiassem os lares a contratar profissionais de saúde para ajudar nesta altura do ano a cuidar quem de nós cuidou; do vale farmácia, para ajudar os idosos a comprar medicamentos; e da via verde saúde para que todos os portugueses e sobretudo os doentes não covid pudessem ter acesso aos cuidados de saúde”, disse o centrista.

A este propósito, fez um reparo a António Costa, notando que “não teria ficado mal ter tido uma palavra para os doentes não covid”, as pessoas que têm consultas, exames de diagnóstico e cirurgias atrasadas, e para as famílias que “perderam pessoas devido a esta falta de acesso ao SNS e à cegueira ideológica do Governo”.

Sobre o plano de vacinação, que começa neste domingo, Miguel Barbosa mostrou-se preocupado pelo facto de ele passar pelos centros de saúde, sublinhando que isso contribuirá para que “o SNS continue vedado” aos doentes extra covid-19. Disse ainda que não se compreende por que razão a vacina deixa de fora os profissionais de saúde do sector privado — “a vacina não é só para funcionários públicos” e lamentou a “ausência de um plano de comunicação agressivo” que convoque os portugueses para serem vacinados.

Sugerir correcção
Comentar