Covid-19. António Costa admite barrar entrada de viajantes do Brasil se UE determinar

António Costa explica que esta não é uma decisão que cabe ao Governo e que a lista de países barrados será fixada pela Agência de Prevenção de Doenças da União Europeia em função da situação epidemiológica de cada país.

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O primeiro-ministro, António Costa MÁRIO CRUZ/LUSA

O primeiro-ministro admitiu esta segunda-feira que Portugal poderá vetar a entrada de cidadãos provenientes do Brasil, caso seja essa a determinação da Agência de Prevenção de Doenças da União Europeia face à pandemia de covid-19.

“A partir do momento que houver sinalização por parte da Agência Europeia de Prevenção da Doença, nós cumpriremos as regras. Até agora temos mantido excepções. Mantivemos voos de e para o Brasil. A frequência tem sido baixa e 11 pessoas entre 8767 pessoas que vieram do Brasil foram dadas como infectadas”, disse esta segunda-feira António Costa, num encontro com jornalistas estrangeiros, em Lisboa, citado pelo jornal brasileiro Folha de S. Paulo.

“Não é a decisão de nenhum Governo. [A lista de países barrados] será fixada pela Agência Europeia de Prevenção da doença em função da situação epidemiológica em cada um dos países. Vai-se analisar se a Europa vai abrir a fronteira a pessoas oriundas desses países. Nós aguardamos que a agência fixe os critérios”, acrescentou o primeiro-ministro.

As declarações de Costa foram proferidas no dia em que parte da Europa começou a reabrir as suas fronteiras internas. A lista de nações que terão a entrada da União Europeia vetada ainda não foi divulgada, mas será baseada na situação epidemiológica do país face ao novo coronavírus.

O Brasil totaliza 43.332 óbitos e 867.624 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, que chegou ao país sul-americano no final de Fevereiro.

“Aquilo que desejamos é que um país-irmão como o Brasil rapidamente possa recuperar a sua situação epidemiológica e consiga preencher todos os critérios [para entrada na União Europeia]”, acrescentou Costa.

O Governo português prolongou até ao final do mês a proibição de voos de e para países fora da União Europeia, no âmbito das medidas de contenção de propagação da covid-19, segundo um despacho publicado em Diário da República.

Relativamente aos países de expressão portuguesa, o diploma salvaguarda que no caso do Brasil apenas serão admitidos os voos provenientes de e com destino a São Paulo e Rio de Janeiro.

Já o Governo brasileiro proibiu a entrada de estrangeiros no Brasil por 30 dias, até 22 de Junho.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 434 mil mortos e infectou quase oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1520 pessoas das 37.036 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em Fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (115.896) e mais casos de infecção confirmados (mais de 2,1 milhões). Seguem-se o Brasil (43.332 mortes, mais de 867 mil casos) e o Reino Unido (41.736 mortos, quase 297 mil casos).

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