Boeing muda presidente para tentar “restaurar a confiança”

Dennis Muilenburg, ligado à produção do novo 737 MAX e a dois desastres aéreos, vai ser substituído pelo presidente não executivo, David Calhoun.

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Produção pára em Janeiro REUTERS/Lindsey Wasson/

Dennis Muilenburg, que liderava os destinos da Boeing desde 2015, foi afastado esta segunda-feira do cargo e substituído pelo presidente não executivo, David Calhoun.

De acordo com o comunicado emitido pelo grupo aeronáutico norte-americano, o objectivo com esta mudança no topo é o de “restaurar a confiança” na empresa. Isto numa altura em que há um “esforço para reparar as relações com os reguladores, clientes” e todos os outros principais intervenientes.

Depois dos dois desastres aéreos, que custaram centenas de vidas, do estacionamento de todos dos 737 MAX que já estavam a voar, e das informações sobre falhas de segurança na entrada deste novo modelo no mercado, Muilenburg foi resistindo no cargo. E, até há pouco tempo, o grupo mostrava todo o seu apoio ao gestor, com Calhoun, na qualidade de presidente não executivo, a afirmar no início de Novembro que Muilenburg tinha feito “tudo da forma correcta”.

Agora, o nome do homem que liderou aquela que é uma das maiores empresas deste país (disputando o mercado mundial com a Airbus, europeia) surge em apenas uma linha e meia no comunicado, onde se informa que deixará as suas funções “com efeitos imediatos”. Segundo a Reuters, que cita uma fonte da Boeing, o despedimento foi feito este domingo, por telefone.

Aposta firme no 737 MAX

O que fica claro é que a missão de Calhoun, que assume funções dia 13 de Janeiro (até lá fica o administrador financeiro, Greg Smith, à frente da empresa) passa por colocar o 737 MAX no ar.

Há pouco dias foi anunciado que a produção do avião vai ser interrompida em Janeiro, uma vez que, ao contrário do que estimava a empresa, esta continua sem o aval do regulador norte-americano - faltando ainda perceber os impactos dessa medida na força de trabalho e nas contas da empresa.

Nos últimos nove meses, destaca a Reuters, as acções da empresa já caíram mais de 20%. Quando as contas do quarto trimestre forem divulgadas, a 29 de Janeiro, já será Calhoun a dar a cara pelos números.

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