PS Costa contra as “modas” anti-imigração e o país fechado de Cavaco

Secretário-geral do PS lembrou tempo em que Cavaco Silva convocou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança Interna por causa “das brasileiras de maus costumes”.

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António Costa (PS) Francisco Romão Pereira

Depois de uma noite em que os números de Mário Centeno foram os donos e senhores dos discursos na caravana do PS, António Costa virou-se para as medidas sectoriais destinadas aos afrodescendentes e aos imigrantes. Os dias dos socialistas são leves - o argumento é que andam na estrada há mais de um mês e por isso as acções no período oficial são reduzidas, além do trabalho que Costa tem enquanto primeiro-ministro. 

Na quarta-feira, o líder do PS teve apenas um almoço na Associação Caboverdeana de Lisboa e foi buscar histórias do passado para exemplificar a imagem que quer do país: “Sei que está na moda alguns países não quererem mais imigração. Pois em Portugal pode não estar na moda, mas Portugal precisa de mais imigração e de mais gente a trabalhar para o nosso país”. Para isso, prometeu que irá propor acordos bilaterais aos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para livre circulação, caso não haja consenso entre todos.

Prometeu ainda mudar a organização no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, separando as funções administrativas das de policiamento, e acabar com as quotas de fixação de trabalhadores extra-União Europeia.

Para falar de combate ao racismo e de melhorar a integração de imigrantes, Costa foi ao baú buscar a sua experiência nos tempos do cavaquismo, quando foi advogado de Vuvu Grace, uma guineense que vinha visitar o marido a Portugal mas acabou retida no aeroporto com a filha. E lembrou ainda o tempo em que Cavaco Silva convocou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança Interna por causa “das brasileiras de maus costumes”. Eram outros tempos, mas por agora, “o racismo existe de forma muito subliminar e muitas vezes não damos conta disso”.

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