Porto vai avaliar compra de casa de Almeida Garrett para Museu do Liberalismo

Proposta da CDU para assinalar os 200 anos da Revolução Liberal foi bem acolhida por Rui Moreira.

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Jonas Batista

A Câmara do Porto aprovou esta terça-feira por unanimidade uma recomendação da CDU, para tentar adquirir a casa onde nasceu Almeida Garrett e ali instalar um pólo do Museu do Liberalismo, cuja revolução assinala no próximo ano o 200º aniversário. “Vamos, primeiro, perceber o valor que a casa tem. Depois, entrar em contacto com os proprietários e perceber até que ponto conseguiremos chegar a um bom desfecho”, afirmou o presidente da autarquia, Rui Moreira, na reunião camarária pública.

O independente revelou que a autarquia pretende assinalar a revolução de Agosto de 1820. “Estamos a preparar comemorações condignas do aniversário da Revolução Liberal, que foi um marco fundamental em Portugal e é até, na Europa, um facto iniciador do constitucionalismo. Temos um grupo de trabalho presidido por Vital Moreira, estando em preparação exposições e um conjunto de colóquios nacionais e internacionais”, revelou o autarca, admitindo que o acervo a usar na exposição possa ser o arranque desse novo museu.

Quanto à casa onde nasceu Almeida Garrett, situada na zona da Vitória, Moreira admitiu “pedir uma avaliação externa para saber o valor comercial” do imóvel, bem como “perceber de que forma está ocupada e até que ponto é possível chegar a acordo com os senhorios e inquilinos” da habitação. “Parece-me bem que possamos investigar este assunto”, observou.

O vereador do PSD Álvaro Almeida concordou com a realização das cerimónias e, relativamente à aquisição do imóvel, notou já ter visto a autarquia a comprar “coisas piores”. “Se se pretende adquirir património, esta é boa utilização dos recursos da câmara, desde que seja a um preço razoável”, afirmou. O vereador do PS, Manuel Pizarro, classificou a proposta da CDU como “muito adequada” por celebrar Almeida Garrett, “uma grande figura relativamente maltratada pela cidade”. Sobre a compra da casa, o socialista defendeu “fazer-se esforço proporcional para tornar isso possível”.

A proposta de recomendação apresentada pela CDU e aprovada pelo executivo, defendia a aquisição da casa onde nasceu Almeida Garrett, na Rua Dr. Barbosa de Castro, ali instalando “um pólo do Museu do Liberalismo”. O documento pede que a autarquia “decida encetar negociações visando adquirir a casa onde nasceu, há 220 anos, Almeida Garrett”.

“Tendo sido o Porto o berço da Revolução Liberal de 1820, de que se irão comemorar os 200 anos no próximo ano, é importante que, desde já, se procure adquirir a casa onde nasceu um dos maiores vultos do liberalismo e do romantismo, Almeida Garrett, visando instalar aí o que pode vir a ser um pólo do museu do liberalismo”, justifica-se. A proposta acrescenta que “a defesa do património material e imaterial do Porto deve ser uma vertente importante da política nacional, cabendo à autarquia um papel significativo e convergente”.

“Completaram-se recentemente 220 anos do nascimento de João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, que ali nasceu em 4 de Fevereiro de 1799, e que viria a ter um percurso de grande intervenção e até pioneirismo, distinguindo-se como poeta, escritor, dramaturgo e político”, observa a CDU.

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