Ministério reverte nomeação de directora para a DGArtes ao tomar conhecimento de processo judicial

No mesmo dia, a ministra da Cultura Graça Fonseca anunciou a nomeação da uma nova directora-geral das Artes que horas mais tarde anulou. A antiga directora, Sílvia Belo Câmara, vai manter-se no cargo até ser anunciado um novo nome.

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A ministra da Cultura Graça Fonseca miguel manso

O Ministério da Cultura anunciou esta sexta-feira à noite ter anulado a decisão de nomear Susana Graça como nova directora-geral das Artes, depois de ter tomado conhecimento da existência de um processo judicial da nomeada contra a entidade que iria dirigir.

"Já depois de ter sido emitido esta tarde um comunicado a anunciar que Susana Graça seria a nova directora-geral das Artes a partir de 1 de Fevereiro, a ministra da Cultura tomou conhecimento de que existe um processo judicial em curso, movido por Susana Graça contra o organismo que iria dirigir", lê-se no comunicado do Ministério de Graça Fonseca, que explica que o processo estará ligado à "cessação da sua comissão de serviço enquanto directora dos serviços de planeamento, informação e recursos humanos da DGArtes".

Ao tomar conhecimento deste facto, a ministra da Cultura "decidiu que Susana Graça não tem condições para exercer as funções de directora-geral das Artes", pelo que Sílvia Belo Câmara vai manter-se no cargo até ser anunciado um novo nome " — o que deverá acontecer muito em breve".

Esta sexta-feira à tarde, depois de conhecida a decisão de nomear Susana Graça para a Direcção-Geral das Artes, a ministra da Cultura disse aos jornalistas que este calendário estava a ser preparado "há quase um mês".

"Esta substituição foi articulada entre ambas, foi preparada, e coincide por um lado com a vontade" da actual directora-geral das Artes, Sílvia Belo Câmara, de cessar as funções, e "a noção de que se irá abrir um ciclo, com uma pessoa que começa numa fase de transição entre modelos de apoio às artes", disse esta sexta-feira a ministra da Cultura.

Graça Fonseca afirmou que esta "articulação foi preparada ao longo de quase um mês, e tinha esta coincidência com a preparação do novo concurso de apoio às artes de 2019, para o biénio 2020/2021", cujos prazos, garantiu, "irão ser cumpridos".

Questionada esta sexta-feira à tarde pela agência Lusa sobre o concurso público aberto para o cargo, em 31 de Agosto, e que estava encerrado desde 14 de Setembro — de acordo com os dados disponíveis no site da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap) — a ministra esclareceu que uma das três pessoas propostas pelo júri era a actual directora-geral, que manifestou não querer continuar.

Por isso, "não estando reunidas as condições, ou seja [não havendo possibilidade de] o membro do Governo poder escolher, uma entre três" finalistas indicados pela Cresap, foi decidido que "o procedimento não devia subsistir".

"Neste sentido, anula-se o concurso, que é o que diz lei", rematou a ministra da Cultura.

Um novo concurso para director-geral das Artes deverá assim ser aberto pela Cresap, o terceiro desde 2016.

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