Estudante da Universidade do Porto vence bolsa para Jovens Investigadores em Dor

Projecto sobre dor neuropática pretende encontrar mais respostas farmacológicas para os doentes, diz a investigadora Luísa Teixeira Santos.

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O objectivo do projecto premiado é "tentar impedir que uma inflamação aguda progrida para uma inflamação crónica" Paulo Pimenta

A estudante da Universidade do Porto Luísa Teixeira Santos venceu a Bolsa para Jovens Investigadores em Dor, no valor de dez mil euros, com um projecto que pretende mudar a abordagem à inflamação da dor neuropática.

Em declarações à agência Lusa, Luísa Teixeira Santos, do Centro de Investigação Farmacológica e de Inovação Medicamentosa da Universidade do Porto (MedInUP), explicou que o principal objectivo do projecto é "tentar impedir que uma inflamação aguda progrida para uma inflamação crónica e persistente".

"O foco tradicional é a anti-inflamação, mas aí o objectivo principal é apenas reduzir os factores inflamatórios. O que pretendemos com este estudo é a pró-resolução, ou seja, tentar limitar e resolver a inflamação", sublinhou a jovem investigadora.

A Bolsa para Jovens Investigadores em Dor é uma iniciativa promovida pela Fundação Grünenthal e tem como objectivo promover e incentivar os estudos relacionados com a temática da dor.

Luísa Teixeira Santos revelou ainda que o projecto "Disfunção oxidativa e neuroinflamação como alvos terapêuticos na dor neuropática: mediadores de pró-resolução da inflamação", que tem como base de estudo a dor neuropática (condição crónica resultante de uma lesão ou doença do sistema nervoso), vai contribuir para a "descoberta de novos métodos terapêuticos e de novas estratégias farmacológicas".

"Através de um mediador de resolução da inflamação, vamos definir novas estratégias que possam responder de forma mais satisfatória às necessidades dos doentes com o mínimo de efeitos adversos", frisou.

Para a jovem investigadora da Universidade do Porto, as actuais respostas são "insuficientes e inadequadas", isto porque acredita que "os tratamentos que existem disponíveis têm vários efeitos adversos". "A grande maioria dos doentes com dor neuropática não apresentam ainda uma resposta satisfatória ao tratamento", acrescentou.

A edição de 2018 da bolsa, que foi atribuída a um projecto de investigação básica, teve como critérios o âmbito do projecto, a originalidade da investigação, a importância e possíveis repercussões científicas e sociais e ainda a qualidade do plano de investigação.

O projecto foi apresentado, na quarta-feira, no Colóquio Fundação Grünenthal, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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