Administração admite fecho de camas devido à lei das 35 horas no Centro Hospitalar de Gaia

Administrador António Dias Alves fala numa escassez de meios, "agravada com a entrada em vigor da nova lei". Recentemente "várias pessoas foram saindo, umas porque pediram a rescisão, outros que se aposentaram", tendo a sua substituição ficado àquem do pretendido.

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Nelson Garrido

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia admitiu nesta terça-feira que esta unidade pode vir a encerrar camas ou investir em trabalho adicional na sequência da entrada em vigor do horário das 35 horas na Saúde.

Em declarações à margem da assinatura da consignação da segunda fase das obras do novo edifício hospitalar do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), António Dias Alves revelou escassez de meios que agravada "com a entrada em vigor da nova lei".

Informando que nos últimos tempos "várias pessoas foram saindo, umas porque pediram a rescisão, outros que se aposentaram", revelou terem pedido à tutela "que fossem substituídas, acabando a resposta por ficar aquém do pretendido.

Segundo António Dias Alves, foram "pedidas 198 pessoas", tendo-lhes sido "concedido cerca de metade (96)", num esforço que ditou uma reunião com "as chefias a pedir ajuda no sentido de descobrir maneiras de, com alguma escassez de recursos, responder aos doentes".

"Estamos à espera que, numa fase subsequente, o ministério da Saúde possa suprir as vagas de todos os que saíram e ainda dos que estão em ausência prolongada, por doenças muito prolongadas, gravidez de risco", afirmou o presidente do Conselho de Administração (CA), convicto de que "num prazo de duas semanas" terá os profissionais disponibilizados a trabalhar no hospital.

Salientando que o CA "ainda não encerrou nenhuma cama" graças à "boa colaboração dos profissionais e dos directores de serviço", este é, contudo, um cenário que não afasta, ao mesmo tempo que admite um aumento das "horas extraordinárias".

"Pedimos aos serviços para que até esta sexta-feira nos façam chegar propostas concretas sobre soluções, que podem ser encerrar algumas camas temporariamente ou trabalho adicional", informou António Dias Alves.

O reforço verificar-se-á ao "nível dos técnicos de diagnóstico, sobretudo enfermeiros e auxiliares, técnicos superiores e administrativos", disse.

"De médicos, estamos à espera de um concurso que vá haver e vamos voltar a colocar o pedido de alguns médicos de várias especialidades, como a anatomia patológica, que é um serviço fundamental, de neurologia, medicina física, entre outras", concluiu.