O hip-hop está em força no IndieLisboa

"Hip to da Hop" e "Não podes criar o mundo duas vezes" vão ser exibidos no IndieLisboa, que decorre até 6 de Maio

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Hip to da Hop

O hip-hop vai marcar presença no IndieLisboa com a exibição de dois documentários portugueses dedicados ao tema. Hip to da Hop e Não podes criar o mundo duas vezes integram a secção IndieMusic da 15.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Lisboa, que arranca esta quinta-feira e decorre até 6 de Maio.

Com Hip to da Hop, António Freitas e Fábio Silva querem "dar a conhecer uma cultura, que é também um estilo de vida", composta por quatro vertentes: o rap, o b-boying, o graffiti e o djingo hip-hop "não é um estilo de ginástica ou de música".

Com formação na área da literatura, comunicação e design, os dois amigos realizadores conheceram-se nas filmagens de um anúncio publicitário, como contaram ao P3 em Dezembro. Juntos, decidiram fazer um projecto sobre o movimento, ao qual também pertencem: António grafitou, durante anos, como Kier, e fez parte de uma vaga de writers; por sua vez, Fábio foi um dos coordenadores do H2tuga, um dos primeiros sites sobre hip-hop em Portugal.   

Hip to da Hop aconteceu porque "emocionalmente é algo que queres partilhar com o mundo" e Fábio e António, apesar de já saberem "muita coisa", aprenderam "muito a fazer o filme". Com as entrevistas que realizaram — cerca de 50 — e porque "umas conversas levaram às outras", foram "descobrindo caminhos" que os levaram do Porto ao Algarve. Três anos depois de terem começado, conseguiram construir "uma narrativa que é contada pelos próprios [protagonistas da cultura]" e assim concluir um filme que é "educacional".

Além de Hip to da Hop, que é exibido a 28 de Abril, pelas 19h, no Cinema São Jorge, e a 30 de Abril, pelas 10h30, na Culturgest. Será também exibido no festival Não Consegues Criar o Mundo Duas Vezes, de Catarina David e Francisco Noronha, filme centrado no rap feito no Porto.

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Catarina David e Francisco Noronha são os realizadores de Não podes criar o mundo duas vezes Nelson Garrido

Além de trabalharem juntos, Catarina e Francisco são "amigos há muito tempo" e um dos pontos que têm em comum é "o gosto pela música e em concreto pelo rap". O filme, "além de ser sobre a história de uma expressão artística e de um movimento cultural no Porto do final dos anos 1980/90 até hoje, acaba por ser também sobre a história de uma cidade".

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António e Fábio, autores de Hip to da Hop, já estavam ligados ao hip-hop antes do documentário DR

É mais do que imagem e som em movimento para se passar um bom tempo a ver; é também um acervo, “não só para os mais novos, também para os mais velhos, que sabem o que é o rap, mas que não têm noção que há um rap do Porto”, explicou Francisco, em Novembro, ao P3. Para todas as faixas etárias, as perspectivas serão diferentes, mas o olhar acompanhará o mesmo: a evolução da cidade do Porto (e da periferia), com a banda sonora a reflectir o passar do tempo.

Da cidade, mostram espaços que acharam "pertinentes" ou dos quais os rappers falaram "como importantes para a história do rap", como explicaram à Lusa. "O Porto é o centro, mas com as periferias muito activas", como Matosinhos ou Vila Nova de Gaia, diz Francisco. Entre as bandas e rappers que entrevistaram estão Reunião das Raças, Dealema (Maze, Mundo, Expeão, Fuse e Guze), Mind da Gap (Ace, Presto e Serial), L.C.R. (Nocas e Berna), Triângulo Dourado, Conjunto Corona (dB e Logos), Capicua, M7, Virtus, Deau e Minus. O filme pode ser visto a 3 de Maio no Cinema São Jorge.

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