RTP Play quer transformar-se num Netflix português

No documento que a administração intitulou "Com os olhos postos no futuro", a equipa promete investir na qualidade e inovação dos conteúdos.

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Paulo Pimenta

O novo projecto estratégico da RTP para os próximos três anos aposta na inovação dos conteúdos do grupo de rádio e televisão públicas e tenciona colocar o digital como base da estratégica do serviço público. Uma das 35 iniciativas desenhadas pela nova administração liderada por Gonçalo Reis é a transformação da RTP Play, a plataforma de conteúdos do grupo, numa espécie de Netflix ou Foxplay, com o objectivo de “fazer chegar os conteúdos RTP a públicos que preferem outras formas de consumo que não o linear”.

Esta aposta no digital estende-se às rádios, com a intenção de reequipar e transformar as Antenas 1, 2 e 3 para as adequar à nova tendência da visual radio (em que a emissão é também feita em vídeo) e para potenciar as suas emissões através das plataformas online. Para diversificar públicos e chegar aos mais novos, a RTP quer produzir animação e séries e apostar na área dos jogos, como é o caso recente do RTP Arena (com e-sports).

No documento que a administração intitulou Com os olhos postos no futuro, a equipa promete investir na qualidade e inovação dos conteúdos, promovendo as “condições necessárias para a produção de informação rigorosa e plural”, a articulação entre as redacções de televisão, rádio e Internet. A RTP quer aumentar a “cobertura noticiosa de proximidade” tanto em Portugal como na diáspora – mas não diz como –, a produção de documentários, e a aposta no entretenimento com a transmissão de grandes eventos culturais e desportivos.

Alvo de críticas há muitos anos, a RTP Internacional deverá ser novamente reformulada para agradar tanto aos portugueses que vivem pelo mundo – trazendo para o ecrã a sua experiência e o seu sucesso – mas também para prender a atenção dos estrangeiros que possam vir a visitar ou a investir em Portugal.

Na área cultural, o serviço público vai “investir no apoio aos músicos portugueses e à criatividade nacional e lusófona”, lançar o Palco RTP – uma plataforma digital de conteúdos de artes performativas –, disponibilizar todo o seu acervo histórico audiovisual, e continuar a investir na edição de livros.

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