Conselho de Redacção da RTP diz que notícias sobre exoneração "não provocaram instabilidade"

A notícia da exoneração do actual director de informação, Paulo Dentinho, foi avançada a 14 de Março.

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Pedro Cunha

O Conselho de Redacção da televisão da RTP garantiu nesta quarta-feira que as notícias que davam conta da exoneração do director de informação da RTP "não provocaram instabilidade" na empresa, considerando tratar-se "de uma peripécia". No âmbito das notícias que davam conta que o actual director de informação da televisão da RTP, Paulo Dentinho, iria ser exonerado do cargo, a Comissão de Trabalhadores e o Conselho de Redacção da empresa foram ouvidos nesta quarta-feira na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na sequência de um requerimento do PS.

"É evidente que uma notícia daquelas sem um desmentido mexe com as pessoas, com a redacção da RTP, como mexeria com qualquer outra instituição", afirmou Tiago Contreiras, membro do Conselho de Redacção (CR) da RTP, durante a audição parlamentar.

"Entendemos que considerar que foi criado um clima de instabilidade é excessivo", prosseguiu, sublinhando que a "redacção da RTP é experiente e madura" e já se deparou com situações semelhantes no passado. "Entendemos que as notícias podem ter mexido com as pessoas, mas não provocaram instabilidade", acrescentou, salientando que, "no fundo", tudo se tratou "de uma peripécia".

Quando questionado sobre o modelo de governação do Conselho Geral Independente (CGI), Tiago Contreiras apontou que este "nasce de uma decisão da Assembleia da República". Por isso, se "entenderem que nesta fase já não faz sentido [o modelo] e deve ser alterado, é um direito que vos assiste", disse Tiago Contreiras, dirigindo-se aos deputados.

Sobre eventuais interferências de poderes políticos e económicos, o Conselho de Redacção assegurou que a redacção "não sente qualquer tipo de interferência, pressão". "Somos uma redacção livre, independente e rigorosa e acreditamos que vamos continuar a ser no futuro imediato", sublinhou.

Sobre a demora na entrada em funções da nova administração da RTP, Tiago Contreiras considerou que "talvez seja maior a instabilidade" por esta situação "do que as notícias" que levaram o órgão a ser ouvido no Parlamento.

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