Zanzibar, a ilha onde há portugueses a ensinar kitesurf

Sara Cerqueira e Rafael Fidalgo são instrutores de kitesurf em Zanzibar, na Tanzânia. Nada é feito à pressa, dizem

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Sara Cerqueira, de 25 anos, começou a fazer kitesurf aos 13. Consigo arrastou o namorado, Rafael Fidalgo e desde 2007 que este desporto faz parte do quotidiano do casal. É na Península de Tróia, em Setúbal, que encontram o oásis perfeito para deslizar entre as marés e os ventos da baía do Sado.

Trabalharam com a GustyKite e a Experimenta Natura, onde ficaram na memória de muitos alunos com quem partilharam conhecimento e paixão. Com o desejo de alargar horizontes, enviaram currículos para várias escolas de kitesurf espalhadas pelo mundo. Foi a Kite Centre Zanzibar, em Paje — um dos locais mais requisitados do mundo para a prática deste desporto —, na Tanzânia, que lhes abriu caminho. "Era um dos destinos que ambicionávamos pois tem as melhores condições para dar aulas."

Como instrutores, a Sara e o Rafa procuram sítios onde que o ensino seja fácil e seguro: zonas com pé para estar perto do aluno, ventos estáveis, equipamento em bom estado, água com pouca ondulação para uma evolução rápida, segura e motivadora. "Zanzibar tem isso tudo!", garantem.

Com duas épocas de vento constante (de Dezembro a Março e de Junho a Setembro), cenários paradisíacos e água quente, Paje apresenta também uma grande extensão de areia com água lisa onde se tem sempre pé — ideal para principiantes, mas também para quem quer evoluir.

"Não podes ir parar à Índia? É preciso muita força? E se isso te puxa para cima e nunca mais desces?" — estas são as perguntas que mais ouvem, mas sublinham que o kitesurf é tão seguro como qualquer outro desporto. "Envolve riscos que podem ser minimizados ou quase nulos se seguirmos certas regras de segurança."

Contam já com duas épocas como instrutores no Kite Centre Zanzibar e a experiência não podia ser mais recompensadora. Apesar do choque cultural inicial, foram bem acolhidos e rapidamente se adaptaram ao estilo de vida "Pole Pole", que em "swahili" significa tranquilidade e despreocupação — nada é feito à pressa.

"Aprende-se a viver com o essencial, cortes de luz e água são frequente e a nossa dieta alimentar tem por base os mais saborosos vegetais e frutas", destacam. Além do kitesurf, este casal aconselha ainda outras actividades: passeios de barco, nadar com golfinhos, "snorkeling", mergulho, visitas à floresta para conhecer os macacos "Red Colobus" ou à "Prison Island" para ver as tartarugas gigantes. Há uma "tour" dedicada às especiarias, sem dispensar uma passagem pela capital Stone Town. E porque não visitar Zanzibar?

Em Dezembro, a Sara e o Rafa estão de volta a Paje para mais uma época de kitesurf, que se estende até Março. Recomendam vivamente uma visita a este paraíso no Índico. "O voo pode ser dispendioso, mas se pesquisarmos com antecedência não se torna assim tão caro. Em termos de alojamento encontra-se de tudo, desde os 'resorts' mais luxuosos às 'guesthouses' mais simples e baratas." E que tal umas aulas de kitesurf em Zanzibar para a passagem de ano ou para umas férias em 2017? Fica a dica.

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