Havemos de ir a Viana comprar com criatividade

Infelizmente, não há "Inauguro" no fim-de-semana de 4, 5 e 6 de Agosto, dias em que o Festival Neopop aterra em Viana do Castelo. Felizmente há objectos misturados entre as ruas e vielas da discreta e airosa cidade minhota

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Hey Cecília

Ilustrações, inaugurações e exposições, quadras, tatuagens e flores de Verão, polegares ao alto para o espaço Objectos Misturados, uma espécie de oásis em Viana do Castelo, uma cidade "fértil", mas que sente dificuldades no passa-a-palavra, em criar rede e em dar corpo ao que desponta. Pela simpatia, pela variedade e pela curadoria, o número 32 da Rua Mateus Barbosa é um óptimo sítio para começar um mini-roteiro. Entre mil e um objectos misturados — e a galeria mais fresca da cidade — é possível sentir o imaginário minhoto através das ilustrações da ilustradora Hey Cecília em parceria com o tio Necas (dois cadernos com as lavradeiras e a peregrinação a Santa Luzia), sentir os contornos das novas peças de estuque com assinatura de Iva Viana e experimentar a joalharia contemporânea de Lia Gonçalves — e estas duas últimas artistas têm os seus espaços de trabalho em Viana. Peças de Iva Viana à venda no espaço Objectos Misturados

Rua da Bandeira, número 66. O nome "Armazém 66" ainda está pintado de fresco e este é um dos espaços muitos-em-um que atracou em Viana do Castelo. Aqui há muitos e muitos produtos nacionais, plantas suspensas, móveis perdidos no quintal que se transformam em design futurista, lápis que se transformam em árvores, árvores que se transformam em bicicletas MuD e objectos que se transformam em obras de arte (como um espelho/puzzle com pedaços de barcos da Indonésia ou uma bóia do Senhor do Mareantes, um dos três primeiros navios a serem construídos nos Estaleiros Navais da cidade, em 1946). Entrada da loja Armazém 66

Antecipámo-nos. Este espaço ainda não tem nome — tem número, mas não quer que o nome seja o "número 13" da Rua Prior do Crato — e ainda encolhe os ombros quando tenta expor o conceito. "É um espaço" e a ideia espacial até agrada a Paulo Barros, que toma conta dos fundos do "número 13" reservado aos apetrechos da Oficina de Técnicas de Impressão. Não existe uma divisão física, mas a barreira invisível e orgânica diz que do lado de cá são as peças de Mobiliário Laranja (mobiliário vintage nórdico) e do lado de lá está o resultado do trabalho do Paulo, um autêntico "work in progress" que vale a pena acompanhar. Interior do espaço na rua Prior do Crato

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