Como se escolhem os apoios nas campanhas

Fórmulas mágicas não existem, mas, contam inúmeros relatos de quem viveu várias campanhas por dentro, o primeiro sonar é direccionado para os mais chegados

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Nuno Ferreira Santos

O processo de recolha de apoios para as campanhas eleitorais começa, regra geral, cerca de um ano e meio a dois anos antes do acto eleitoral, o tempo comummente aceite como normal para reunir a equipa com a qual se vai jogar no entretanto. Fórmulas mágicas não existem, mas, contam inúmeros relatos de quem viveu várias campanhas por dentro, o primeiro sonar é direccionado para os mais chegados, logo, e em princípio, os mais fiéis para enfrentar possíveis tempos difíceis. Numa segunda fase, poderão vir a ser aliciados os inimigos (ou menos amigos, numa versão mais suave) políticos para se juntarem à caravana, ganhando assim o estatuto de reserva moral, caso venha a ser necessário recontar espingardas a meio da contenda eleitoral.

O calendário das visitas, dos comícios, das arruadas e outras iniciativas próprias de uma campanha eleitoral, é então ajustado para que os apoios convidados possam estar presentes e assim demonstrar ao país que estão com o candidato. Mais interessante se torna este processo de escolhas de apoios quando, como é agora o caso, há liberdade de voto dos militantes partidários, com as excepções já conhecidas dos candidatos saídos oficialmente das listas dos partidos representados na Assembleia da República.

Nestes casos, há invariavelmente um elaborado processo de contactos feito pelos “staffs” das campanhas, no sentido de poder convencer os apoiantes que podem trazer mais-valias à campanha de que “aquele” é o momento certo para ser visto ao lado do candidato. Existem, claro, quem sonhe em estar ao lado do candidato, mesmo que este não queira ou sequer saiba o que tal personagem está a fazer na caravana da campanha… Mas essas são contas de outro rosário…

De notícias falsas anda o mundo cheio. A recente notícia segundo a qual o candidato Marcelo Rebelo de Sousa estará a ser ajudado por Miguel Relvas foi dada pelo portal "msn.com" que, por sua vez, recorreu ao portal "Notícias ao Minuto", que cita a revista "Visão". Vamos por partes: para confirmar a veracidade da fonte original da notícia, abri o site da "Visão" e… nada. Mais tarde, comprei a revista em papel e… nada. Conclusão mais do que óbvia: a "Visão" não falou com ninguém, a notícia foi inventada. Pura e simplesmente. 

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