"Cada casa a seu dono": a arquitectura moderna explicada aos mais novos

Livro apresenta obras de 11 arquitectos que exemplificam diferentes correntes na arquitectura moderna internacional, uma disciplina que "parece complicada, mas é absolutamente fascinante"

Fotogaleria
Fotogaleria

Frank Lloyd Wright, Le Corbusier e Álvaro Siza Vieira são alguns dos arquitectos retratados em "Mãos à obra: Cada casa a seu dono", um livro do francês Didier Cornille, que procura aproximar a arquitectura moderna dos leitores mais novos. Editado em Portugal pela Orfeu Negro, o livro apresenta obras de 11 arquitectos que exemplificam diferentes correntes na arquitectura moderna internacional, uma disciplina que "parece complicada, mas é absolutamente fascinante", lê-se na introdução.

"Este livro fala sobre casas que existem. As crianças têm os seus sonhos sobre casas. Quando leem o meu livro percebem que há muitas outras possibilidades. É sempre interessante ter informação nova que nos inspire para novas ideias", afirmou à agência Lusa Didier Cornille, que estará este domingo, dia 8 em Lisboa, a apresentar a obra.

Com textos curtos e ilustrações simples, "Mãos à obra: Cada casa a seu dono" reúne, de forma cronológica, obras arquitectónicas que, pela originalidade, se tornaram icónicas e identificam quem as criou. "Cada casa tem uma particularidade. Algumas parecem esculturas, como a Casa Shroder [de Gerrrit Rietveld], outras foram feitas em paisagens belas, como a Casa Farnsworth [de Mies Van der Rohe]", explicou. O livro mostra a Villa Savoye, que Le Corbousier construiu perto de Paris entre 1928 e 1931, a Casa da Cascata, que Frank Lloyd Wright construiu nos Estados Unidos em cima de um curso de água, e a casa de papelão, que Shigeru Ban desenhou no Japão, para realojar vítimas do sismo de Kobe, em 1995.

Didier Cornille não se poupa no recurso a termos específicos da arquitectura e explica, por exemplo, o que é o sistema de construção em betão armado denominado Dom-inó, inventado por Le Corbousier, fala em fachadas, pilares, vigas e paredes de sustentação. Para o autor, é importante falar desde cedo de arquitectura com os mais novos. Afinal, as crianças têm noção do seu corpo no espaço e habitualmente isso acontece em casa, explica.

"Esse é o ponto de partida da arquitectura". "Mãos à obra: Cada casa a seu dono" conta, na edição portuguesa, com o arquitecto Álvaro Siza Vieira, a propósito da Casa Beires, construída nos anos 1970, na Póvoa de Varzim. "Encomendada pela família Beires, é um simples cubo colorido de betão, no centro de um lote de terreno. Mas parece que caiu uma bomba no meio da casa, e vê-se uma grande fenda na fachada cheia de janelas. Hoje, uma vegetação luxuriante invade o edifício", lê-se no livro.

Sobre Siza Vieira, Didier Cornille desenhou também para o livro a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Centro Galego de Arte Contemporânea em Santiago de Compostela e o Pavilhão de Portugal, em Lisboa. A propósito de Siza Vieira, o designer francês diz ter sido uma escolha natural: "Para mim, é ao mesmo tempo um arquitecto moderno e pós-moderno, com contributos importantes para a arquitectura internacional", disse à agência Lusa.

Depois de "Mãos à obra: Cada casa a seu dono", Didier Cornille publicou mais dois livros para crianças e jovens que falam de arquitectura: "Tous les gratte-ciel sont dans la nature", sobre arranha-céus, e "Touts le ponts sons dans la nature", sobre pontes. Nascido em Lille, França, em 1951, Didier Cornille é formado em Design e dedica-se há dez anos a escrever e ilustrar para crianças. "Mãos à Obra: Cada casa a seu dono" valeu-lhe uma menção honrosa nos prémios da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, em Itália. Didier Cornille apresentará o livro dia 8, no Espaço MAPA, em Lisboa, a partir das 16h00.

Sugerir correcção
Comentar