Será que um dia vamos deixar de largar balões?

De forma a ser criado um debate sobre os danos que os balões podem causar no ambiente, o estado da Virgínia, nos EUA, lançou o mote para a discussão sobre a proibição, ou não, do lançamento de balões

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Dado Ruvic/Reuters

“Podemos festejar com balões, mas não os podemos largar.” É com este anúncio, no “site” da Clean Virginia Waterways, que se lança a discussão. Segundo os seus responsáveis, depois de serem lançados, os balões transformam-se em lixo e as preocupações ambientais crescem a cada ano que passa.

Através da investigação ambiental, o problema passou para o foro político – com sucesso, devido aos cidadãos e ambientalistas preocupados. Segundo o site Jornalíssimo, em causa está a ideia apresentada por Jeff McWaters, um deputado republicano que quer impedir o lançamento de balões naquele estado. Segundo ele, estamos "apenas a tentar educar as pessoas”.

No entanto, a proposta não foi aprovada pelo Senado da Virgínia que indicava que as coimas aplicadas poderiam reverter a favor de campanhas de reciclagem. Por cada balão (com hélio ou outro gás mais leve que o ar) a penalização seria de cinco dólares. Mas o alerta foi lançado.

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Clean Virginia Waterways

Está cientificamente provado, como dizem os investigadores do Aquário de Virgínia, que muitos animais, tanto em terra como no mar, acabam por morrer por causa dos balões.

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Clean Virginia Waterways

Ed Clark, do Centro da Vida Selvagem da Virgínia, constatou que os animais que mais sofrem com este problema são as tartarugas marinhas que acabam por confundir o objecto com uma alforreca e comem-nos, o que leva à morte. E não só. O perigo também existe para outros animais marinhos como golfinhos, tartarugas e baleias que já foram encontradas com balões alojados no estômago. Já os pássaros, por exemplo, ficam presos nos fios de “nylon” ou plástico.

Mais de 50 dá multa

Na realidade, já existem cinco estados americanos — sendo a Virgínia um deles — onde é proibido lançar mais de 50 balões no espaço de uma hora. No entanto, são precisas mais medidas para combater os efeitos negativos desta prática.

Para tal, um projecto para reduzir o impacto dos balões está a ser conduzido pelo departamento ambiental da Virgínia através de marketing social, prevenção e educação dos cidadãos de modo a entenderem os riscos ambientais desta prática comum.

Há outras entidades envolvidas, como a Clean Virginia Waterways, em parceria com a Virginia Aquarium and Marine Research Center, que estão a estudar os impactos ambientais e soluções para esta questão. Apelam aos moradores para, caso encontrem um balão, tirarem uma fotografia e indicarem o sítio onde o encontraram. Alertam, ainda, para o facto de se poder encontrar plásticos, elásticos e materiais como metal ou algodão dentro do balão. Cabe à pessoa deitar o balão ao lixo e reportar a situação no site

As associações ainda dão alternativas ao lançamento de balões como não os encher com hélio e deitá-los ao lixo, libertar balões em sítios fechados ou, em vez de se atirar os balões, rebentá-los. Segundo um dos directores do Aquário de Virgínia, os balões são uma das três formas de lixo mais frequentes nas praias daquele estado.

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