Emma carrega o colchão em que foi violada como protesto

Acção pretende simbolizar o peso emocional que as vítimas de violação sentem

Emma Sulkowicz tem 21 anos. Aos 19, no segundo ano da faculdade, foi violada no quarto do dormitório onde vive na Universidade de Columbia, Estados Unidos. Emma decidiu apresentar queixa na polícia e agora iniciou um projecto de protesto. Enquanto o seu alegado violador frequentar o mesmo estabelecimento de ensino, a jovem vai carregar sempre um colchão, para onde quer que vá.

A violação aconteceu há dois anos, mas só no ano seguinte Emma decidiu apresentar queixa na direcção da universidade mas não o fez na polícia. Descobriu que não era a única vítima do alegado agressor, quando percebeu que duas outras jovens apresentaram queixa contra o mesmo estudante. Os três casos foram arquivados pela universidade.

As três jovens estão entre as 23 estudantes das universidades de Columbia e de Barnard que apresentaram uma queixa formal contra a forma como as instituições têm lidado com questões de agressão sexual.

Nesta terça-feira, Emma iniciou um projecto que passou a ser também o seu tema de tese para o curso de artes visuais que frequenta. O colchão que começou a carregar é agora uma peça de arte para manifestar o seu repúdio pelo crime de violação e pela actuação da universidade.

"O acto de carregar o colchão para fora do meu quarto, para a luz, mostra a forma como a minha vida mudou, como eu trouxe a minha história pessoal à luz do dia”, explica a jovem universitária à revista "Time".

Emma utiliza o projecto, que identifica como "Mattress Performance" (performance de colchão) ou "Carry That Weight" (carregar este peso), como meio para sarar “um dos momentos mais difíceis” da sua vida. “Tal como vou criar músculos e ficar mais forte, espero também vai construir força emocional”.

Para a jovem, carregar o colchão para todo lado será como suportar o peso emocional que as vítimas de violação sentem. “A violação pode acontecer a qualquer pessoa mas eu fui atacada na minha própria cama. Para mim esse lugar que é normalmente muito íntimo e puro foi profanado. O objectivo é carregar essa memória para onde quer que vá”, argumenta.

O colchão deverá ser carregado até que o alegado violador abandone a universidade. Se isso não acontecer, Emma continuará com o projecto até concluir o curso superior, em Maio do próximo ano.

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