Lisboa vai abrir o alçapão das galerias romanas

As galerias da rua da Prata só podem ser visitadas duas vezes por ano e agora há nova oportunidade marcada para 11, 12 e 13 de Abril. A entrada é gratuita

Graças ao Dia Internacional dos Monumentos e Sítios - a 18 de Abril mas cujas comemorações em Portugal se estendem de 12 a 20 -, o Museu da Cidade de Lisboa volta a abrir ao público este alçapão para a Baixa romana.

Anualmente, repete-se a peregrinação às galerias romanas da Rua da Prata, apenas disponíveis para visita uns seis dias por ano: se as condições o permitem, além da abertura em nome do Dia dos Monumentos, manda a tradição que abram também para celebrar as Jornadas Europeias do Património em Setembro.

E manda a tradição também que a afluência seja tal que as filas cresçam pela Baixa e obriguem os mais pacientes a esperarem muito tempo para atingirem o seu objectivo.

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Isto porque o passeio parece continuar envolto numa aura de mistério, exercendo um certo fascínio sobre muitos dos que, por fim, penetram nestas (muito) húmidas galerias. Uma das razões, para além do peso da História, prender-se-á, decerto, com o facto de o espaço apenas ser visitável tão poucos dias por ano.

A abertura de Abril decorre entre os dias 11 e 13, das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30). As visitas guiadas, informam, serão realizadas em grupo e não há marcações.

Vale a pena ir prevenido - particularmente no sábado à tarde e domingo - para esperar na fila que se vai alongando pela rua dos Correeiros a partir do ponto de encontro na rua da Conceição (junto ao n.º77). Para garantir entrada, o melhor é também madrugar: "Devido ao grande afluxo de público a fila pode encerrar mais cedo".

As visitas, por um ambiente de semipenumbra entrecruzada com focos teatrais, são guiadas por ténicos do Museu da Cidade e do Centro de Arqueologia de Lisboa. A descida a esta memória romana é uma lição de história in "loco", feita por uma breve rede de galerias perpendiculares, entre celas escuras (que deverão ter servido de áreas de armazenamento), núcleos de água, arcos em cantaria, até à Galerias das Nascentes, também chamada de "Olhos de Água", onde, de uma fractura contínua, brota incessantemente toda a água que invade o espaço - era aqui que nascia um célebre e adorado poço, o Poço das Águas Santas, local de "águas milagrosas".

Se pretender surpreender-se ainda mais com a História da cidade ao vivo, passe também pelo Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, onde é possível ver camadas e sinais não só da Lisboa romana mas também de outras eras.

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