Energia extra nos painéis do carro

Os “depósitos de combustível” serão cada vez menos “tanques da gasolina” e mais “baterias eléctricas”

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Os carros eléctricos e os carros híbridos estão aí e é já em 2014 que começará um campeonato do mundo de automobilismo só com carros eléctricos. Nesse contexto, que corresponde ao presente e futuro próximo, os “depósitos de combustível” serão cada vez menos “tanques da gasolina” e mais “baterias eléctricas”. Uma coisa é comum a ambas: ocupam espaço.

O fabricante sueco Volvo, em parceria com o Imperial College de Londres e outras oito entidades, está a trabalhar activamente num projecto co-financiado pela União Europeia que procura criar algo que é “uma mistura de materiais compósitos (fibras de carbono e resinas poliméricas) que tem a característica de armazenar energia e ser carregada mais rapidamente que as baterias convencionais e, ao mesmo tempo, ser extremamente leve e resistente, o suficiente para ser moldada e substituir os painéis (carroçaria) de um automóvel”.

A investigação feita permite à Volvo afirmar que “se um carro fosse construído hoje com este material, ele seria 15% mais leve do que um com chapas metálicas e se o material equipasse o 'capot', tejadilho e 4 portas, teria uma autonomia adicional de 130Km”.

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Embora seja um projecto que aponta a sustentabilidade e com grande vocação pro-ambiental, nem tudo são vantagens: hoje em dia, os materiais usados na carroçaria de um carro são bastante flexíveis e pensados para absorverem impactos com a sua deformação; no caso do uso deste novo material, alguma dessa capacidade perder-se-á, dada a solidez e rigidez das ligas de fibra de carbono.

Para além da indústria automóvel, outras áreas de produtos de consumo poderiam ficar a ganhar com esta evolução que se perspectiva para o futuro próximo; com a escala de miniaturização que hoje existe, os telemóveis poderiam passar a ter a espessura de cartões de crédito e os PC portáteis e "tablets" poderiam mais que duplicar a sua autonomia.

O projecto é co-financiado durante três anos e ainda há muito para ser investigado, experimentado e testado antes de se entrar numa fase de produção, mas as possibilidades criadas são maiores e mais relevantes do que as dificuldades encontradas até agora, o que aumenta a probabilidade de vermos estes painéis nos nossos carros algures nos próximos cinco anos.

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