Depois dos “flat-screens”, chega a era dos “curved-displays”

Para além do aumento real de qualidade e experiência de utilização, o ecrã curvo é também um "trend" apelativo em outros suportes, sejam relógios, telemóveis (smartphones) e mesmo tablets

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Há muito tempo e muito longe (ou nem por isso, os anos 90 foram anteontem!), as televisões analógicas tinham ecrãs convexos que não eram mais do que o alvo de um tubo de raios catódicos (daí a sigla “CRT”, que significa “cathode ray tube”  onde a imagem era projectada em varrimentos de linhas: 25 por segundo).

Com o passar do tempo, o ecrã ia tendo alguma degradação, ficando pior principalmente nos cantos, por via das várias limitações físicas de focagem e do desgaste de um sistema que “retro-bombardeava luz” para um alvo (aquela película cinzenta escura que estava por detrás do vidro da TV).

A evolução trouxe-nos os ecrãs planos e ficámos maravilhados com eles e com a quase indelével passagem do analógico (televisão PAL de 625 linhas) para o digital (sinais tipicamente em resolução de 1366x768 pixels ou superior).

Mas, em termos de experiência de utilizador, a distância ao centro do ecrã continua a ser diferente da distância aos cantos do mesmo, o que ainda é mais notório com o crescimento dos ecrãs, comummente acima das 30” (cerca de 76cm) e que, com alguma facilidade, criam zonas de reflexo ou menor visibilidade.

A solução para este problema já foi implementada em várias salas de cinema (nomeadamente as IMAX) e consiste em ter um ecrã curvo, que “envolva” o espectador e o traga mais “para dentro” da imagem, se assim se pode dizer.

Para além do aumento real de qualidade e experiência de utilização, o ecrã curvo é também um "trend" apelativo em outros suportes, sejam relógios, telemóveis (smartphones) e mesmo tablets. Já há várias marcas a anunciarem — para o fim de ano e para 2014 — equipamentos curvos, transparentes, tácteis, tudo o que possa “agarrar” o consumidor, se calhar tão ou mais fã da novidade em si quanto do real benefício tecnológico.

Voltando às TVs, e sem codificações 3D ou outros artifícios, a introdução de uma curvatura do ecrã trará uma diferença real no aumento da qualidade de imagem percebida, envolvimento do espectador e, consequentemente, da própria ilusão de realidade proporcionada. No mercado português, existem já equipamentos deste tipo, como o novíssimo LG OLED TV (são 55 polegadas de OLED!), apresentado em Portugal na semana passada e que alia esta ideia à tecnologia OLED (onde LEDs orgânicos são iluminados individualmente e independentemente uns dos outros) e permitem um contraste infinito entre pixels contíguos do ecrã (o preto tem mesmo zero de retro-iluminação), tornando a experiência única e extremamente vívida.

Com as soluções de "surround sound" cada vez mais standard, aproximamo-nos progressivamente de uma sensação de envolvência total (áudio e vídeo) que antes só tínhamos no cinema.

As resoluções de Full-HD (1920x1080 pixels) e toda a evolução de interoperabilidade (web browser, projecção via software e comunicação wireless do ecrã smartphone ou tablet no ecrã da TV, controlo da TV via dispositivos móveis, etc.) ainda tornam estes equipamentos mais apetecíveis, por isso nem queremos imaginar quando o 4K (3840x2160 pixels) se tornar comum e entrar em nossas casas… nesse dia, quem é que vai querer sair à rua? O preço de lançamento (em Portugal é de 9999 euros). 

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