“Stop the violence”, uma campanha para combater a “desumanização do trânsito”

Terremoto Propaganda criou campanha para a Ecovia que mostra o acidente de trânsito como um “acto de violência”

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Quando a concessionária de estradas Ecovia encomendou à Terremoto Propaganda uma campanha para sensibilizar os automobilistas para conduzir com responsabilidade, a agência brasileira de publicidade não demorou muito a perceber o caminho que queria seguir. Pôr o ser humano em primeiro plano e combater o “processo de desumanização do trânsito”.

“Mostramos o acidente em sua forma mais crua e verdadeira: como um acto de agressão entre pessoas. É que, “ao descrever um acidente, a grande maioria das pessoas refere-se somente ao veículo”, nota Ricardo Gandolfi, director de criação da Terremoto Propaganda: "É comum ouvir que “aquele SUV bateu no ônibus [autocarro]”, “o carro capotou” ou “a moto entrou de baixo do caminhão [camião].”

É esta “desumanização”, mesmo que feita de “forma inconsciente”, que a agência brasileira quis combater, uma vez que acreditam que esse pensamento faça também com que as infracções sejam “relativizadas”.

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Making Of da campanha desenvolvida para a Ecovia Terremoto Propaganda

“Andar em alta velocidade passa a ser 'normal', assim como tomar uma cervejinha e dirigir. Isso, só para ficar nos exemplos mais comuns”, disse ao P3 Ricardo Gandolfi.

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Os veículos foram desenhados na cara e nas mãos dos modelos Terremoto Propaganda

Campanha para encantar (e não obrigar)

A Ecovia, concessionária que administra 176 quilómetros de estrada no Paraná, no Brasil, já está a utilizar as imagens da campanha publicitária. Elas mostram o acidente de trânsito como um “acto de violência” através de imagens de várias pessoas a levar um soco na cara, imagens que vão ao encontro da filosofia desta agência de publicidade: “Mexer com as pessoas”.

As cinco fotografias da campanha abordam vários temas, tal como o Plano de Redução de Acidentes da Ecovia: o excesso de velocidade, a ingestão de bebidas alcoólicas quando se conduz, o uso do telemóvel, a ultrapassagem, entre outros.

Para a Terremoto Propaganda, que iniciou actividade em 2005 e tem uma equipa de oito pessoas, a “publicidade está mais para perfume do que espingarda com mira apontada para o público-alvo”. Ou seja: “Publicidade existe para encantar, não obrigar”, explica Ricardo Gandolfi.

Acreditam que a criatividade que imprimem aos trabalhos “faz com que os clientes economizem dinheiro, porque gera o boca-a-boca, multiplicando o investimento e visualização da mensagem”. Só dessa forma, aliás, se torna viável manter uma agência de publicidade em Curitiba, longe do “principal centro de negócios do país”, São Paulo.

A Terremoto Propaganda deu nas vistas logo no primeiro trabalho que fez, em 2005, na “limpeza do ‘olho’ do Museu Oscar Niemeyer. A acção foi encomendada por uma clínica oftalmológica de Curitiba, que queria divulgar o nome do estabelecimento, e a sugestão da Terremoto Propaganda foi que a clínica desse “um presente” à cidade, limpando a fachada do edifício do museu, em forma de olho.

“Além de virar notícia, essa ideia chamou a atenção de praticamente todos os veículos de comunicação locais e até nacionais, gerando algo em torno de 390 mil reais de media espontânea”, recorda Ricardo Gandolfi.

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