Jovens lideram no consumo de álcool nas estradas portuguesas

Um novo estudo indica que são os jovens o maior grupo de consumidores de álcool entre os condutores em Portugal

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A prevalência de álcool em Portugal é maior no grupo com idades entre os 18 e os 24 anos Fernando Veludo/Arquivo

Um estudo feito no âmbito do projecto europeu DRUID (Driving under the Influence of Drugs, Alcohol and Medicines) mostra que são os jovens o maior grupo de consumidores de álcool entre os condutores em Portugal.

Verificou-se que, em média, a prevalência de álcool nos homens é de 6,21 por cento e nas mulheres de 2,59 por cento. No grupo pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos de idade, contudo, os números saltam para 9,76 por cento e 8,0 por cento, respectivamente.

É referido no estudo que se trata de uma excepção: na maior parte dos países, os condutores com álcool pertencem principalmente aos dois últimos grupos etários, entre 35 e os 49 anos e os com 50 e mais anos. É registada, ainda, outra particularidade: a prevalência do álcool, nos restantes países, é, em geral, mais baixa durante o dia, de segunda a sexta-feira. Em Portugal a percentagem de condutores consumidores de álcool é mais alta durante o dia do que no período nocturno.

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Na maior parte dos países, os condutores com álcool pertencem aos grupos etários com mais de 35 anos ryry9379/Flickr

Álcool à frente de ansiolíticos e "cannabis"

Ainda no que toca ao consumo de álcool – sempre privilegiado nas campanhas de prevenção –, é contudo a Itália que surge à cabeça do grupo (8.59%) dos treze países analisados, seguido da Bélgica (6.42%), de Portugal (4.93%) e de Espanha (3.92%).

A seguir ao álcool e os ansiolíticos (benzodiazepinas), o tipo de substância psicoactivas mais detectadas nos condutores portugueses, no decorrer do estudo, é a "cannabis". O seu princípio activo foi identificado em 72 por cento dos casos de consumo associado de álcool e droga e, quando tomada isoladamente, em 1,38 dos condutores. Neste campo, o das drogas ilícitas, é Espanha que ocupa o pior lugar, com uma prevalência de 8,20 por cento. Seguem-se a Itália (3.92%), a Holanda (2.51%) e Portugal (1.80%).

O estudo coloca ainda Portugal em primeiro lugar, entre 13 países, em relação à quantidade de pessoas (2,73 por cento) que conduz sob o efeito de benzodiazepinas, ou seja, de ansiolíticos. Este não é o principal problema do país, onde perto de nove por cento dos jovens condutores consomem álcool, mas deverá dar origem a novas orientações nas políticas de prevenção de acidentes rodoviários.

O relatório completo da investigação feita em Portugal por uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) só será conhecido na próxima semana, em cerimónia organizada pelo Governo. Mas documentos com dados parciais permitem, já, extrair alguns dos dados mais significativos de um estudo que tem a particularidade de, pela primeira vez, fornecer informação sobre condutores não envolvidos em acidentes de viação e, também, de permitir compará-la com outros países europeus (Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Hungria, Holanda, Itália, Lituânia, Noruega, Polónia, República Checa e Suécia).

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