UNESCO: 7,5 milhões para recuperar património no Mali

África do Sul, França, Noruega e Luxemburgo já anunciaram o seu apoio a certos aspectos do plano de acção

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Florin Iorganda/ Flickr

A UNESCO anunciou um plano de acção de mais de 7,5 milhões de euros para reabilitar o património cultural do norte do Mali e salvaguardar os antigos manuscritos de Tombuctu, danificados durante a ocupação islâmica.

"Eu regresso ao meu país como um homem cheio de esperança", congratulou-se o ministro da Cultura do Mali, Bruno Maiga, citado pela AFP, depois de uma reunião internacional de especialistas, organizada pela UNESCO em Paris.

De acordo com um documento da UNESCO apresentado segunda-feira à imprensa em Paris, o primeiro objectivo do plano de acção é "reabilitar o património cultural danificado durante o conflito", como os cemitérios e mausoléus de Tombuctu e o Túmulo de Askia em Gao.

Cumprida a primeira parte da reabilitação há que "colocar em prática medidas para salvaguardar os manuscritos" de Tombuctu, através da digitalização dos documentos ou reconstrução do edifício do instituto de altos estudos e pesquisas islâmicas Ahmed Baba de Pesquisa, saqueado durante a ocupação islâmica.

Vários países como África do Sul, França, Noruega e Luxemburgo já anunciaram o seu apoio a certos aspectos do plano de acção. A Biblioteca Nacional da França, por exemplo, vai contribuir para a preservação dos manuscritos de Tombuctu e o Instituto Francês do Património com a formação de profissionais no local.

Grupos armados islâmicos que ocuparam o norte do Mali, antes de ser parcialmente perseguido pelo exército maliano apoiado por soldados franceses e de outros países africanos, tinham destruído vários santuários muçulmanos, bem como alguns manuscritos em Tombuctu.

Tombuctu é uma das portas de entrada para o deserto do Sahara e é a morada de famosos manuscritos e livros raros que datam do tempo em que a cidade era a capital intelectual e espiritual do Islão na África nos séculos XV e XVI.

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