A agenda cultural da Fundação Gulbenkian está preenchida até Junho do próximo ano. Comecemos pela "dupla cega do Mali", Amadou & Mariam, que visita o Grande Auditório da Gulbenkian já no próximo dia 18 de Novembro.
O espectáculo chama-se "Eclipse" e vai ser feito totalmente às escuras. O objectivo é aumentar a estimulação dos sentidos como o olfato e a percepção da temperatura ambiente, que poderá oscilar entre os 15º e os 30º graus.
A escuridão é um convite a um outro olhar sobre a música ritmada e alegre destes cantores que Mano Chao ajudou a sair dos limites musicais de Bamako.
A Temporada Gulbenkian Música é sinónimo de diversidade e de eclectismo: a soprano alemã, Ute Lamper, a Marlene Dietrich de hoje, será acompanhada pelo Quarteto Vogler e pelo multifacetado Stefan Malzew no piano, no clarinete e no acordeão. Lamper vai cantar composições de Erwin Schulhoff, Raymond Asso, Michel Elmer, e, claro, Hans Eisler, entre outros.
Ute Lamper já interpretou repertórios clássicos de Kurt Weill e Bertolt Brecht - o seu último trabalho discográfico é “Paris Days, Berlin Nights”.
Em 2013, o compositor Victor Gama vai apresentar, a 20 de Janeiro, a peça multimédia “Vela 6911”, que junta a música escrita por Gama às imagens por si recolhidas na Antárctida em Janeiro de 2012.
O processo criativo partiu do diário de bordo de Lindsey Rooke, um oficial da Marinha sul-africana que participou num teste nuclear atmosférico que decorreu na Antárctida em 1979.
Vítor Gama distingue-se por fazer as suas composições a partir de um método por ele criado, chamado “Golian Modes”, que introduz a construção dos instrumentos no próprio processo de composição escrita, descrita como “Bidimbu”. Para essa mesma visão artística, inventou e construiu novos instrumentos como o acrux, toha e o dino.
Toda a programação da Temporada Gulbenkian Música pode ser acedida aqui.