Foi-se o Verão, ficaram os festivais de música

Com o Outono, a agenda não se esvazia: adapta-se à temperatura. Os festivais entraram, definitivamente, no catálogo das tendências de Outono/Inverno

Vasco Celio/arquivo
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Lara Jacinto/nFactos
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Vão-se as tendas, os chinelos e os protectores solares. A ordem é para tirar da gaveta os agasalhos, os impermeáveis e a vontade de sair para concentrações de rock, derivados e aparentados.

Os concertos, em recintos cobertos e aconhegantes q.b. - o que não invalida a necessidade de uma ou outra caminhada - são sugeridos por festivais que puxam pela criatividade e fogem às memórias estivais das praias a jeito, das grandes herdades e dos anfiteatros ao ar livre.

Descer ao metro, calcorrear a baixa da cidade para não perder "aquela" banda, escolher um momento de um ciclo... Eis algumas das hipóteses. Não sendo uma novidade da temporada, a verdade é que os festivais outonais deixaram de ser apenas uma ideia curiosa e passaram a constar da agenda de muitos melómanos.

Até se justifica a deslocação pelo país, quando há Godspeed You! Black Emperor no Porto (Amplifest), Peter Hook em Lisboa (Misty Fest), Django Django também na capital (Vodafone Mexefest) e JP Simões em Mortágua e Chaves (OuTonalidades).

A prova de que a moda veio para ficar está tanto na sucessão de edições, como na expansão temporal e/ou geográfica de alguns festivais, bem como no despontar de novas propostas. O Verão perdeu o exclusivo. Os festivais entraram, definitivamente, no catálogo das tendências de Outono/Inverno.

Até 27/10 - Música a Metro

Toda a gente já ouviu falar de música de elevador. E música de metropolitano? Em Lisboa, um novo festival dá outro sentido à ideia de sons "underground", ao encher as estações do Cais do Sodré, Marquês de Pombal, Campo Grande e Aeroporto - e, de vez em quando, as próprias carruagens - com músicos portugueses como October Flight, Youthless, We Trust, Long Way To Alaska ou Anarchicks. E, note-se: não encarece a viagem.

Até 14/12 OuTonalidades

Pioneiro nestas andanças, oferece palcos por diversos pontos do país a jazz, rock, fado, blues, ska, música experimental, folk... Os portugueses dominam um cartaz em que a Galiza também se faz ouvir. Ao todo, são 12 fins-de-semana com 34 concertos (gratuitos ou com preço simbólico), por conta de nomes como Jeff Davis, JP Simões ou Mind da Gap.

19 e 20/10

26 e 27/10 Jameson Urban Routes

Para fusões de sonoridades urbanas, o destino da viagem é a agitação do Cais do Sodré, Lisboa, onde se encontra o MusicBox. O palco prepara-se para receber referências como Twin Shadow, Six Organs of Admittance ou WhoMadeWho, mas também emergentes como Rebeka ou Lapalux, à mistura com uma forte comitiva portuguesa que inclui Gala Drop e Sensible Soccers. Cada noite custa €10, copo de uísque incluído.

26 a 28/10 Amplifest

Estreou-se no ano passado no Hard Club e, agora, estende os tentáculos: Passos Manuel, Sé e O Meu Mercedes é Maior que O Teu são as outras salas do Porto a acolher um cartaz de deixar água na boca a várias espécies de melómanos. Além dos influentes Godspeed..., conta com Barn Owl e Jozef van Wissem, entre muitos outros. O passe custa €60.

De 1 a 19/11 Misty Fest

Já no ano passado tinha crescido em dias. Este ano, criou ramificações em Lisboa e no Porto, deixando de ser exclusivo da sua Sintra natal. O que não mudou foi o objectivo: pôr em cena uma vasta e invejável selecção (inter)nacional de um largo espectro da música alternativa: Peter Hook, John Talabot, The Irrepressibles, Cowboy Junkies, etc. Há bilhetes entre €10 e €40.

7 e 8/12 Vodafone Mexefest

Depois de ter ido ao Porto em Março, regressa a Lisboa, cidade que o viu nascer ainda como Super Bock Em Stock, sob inspiração do americano South By Southwest. Objectivo: descobrir. Meio: caminhar no eixo Avenida-Rossio e saltitar entre concertos e "meios-concertos". Dica: preparar previamente uma rota, que a oferta é muita e a programação da dúzia de salas coincide muitas vezes. A grande vantagem (para além do exercício) é a elevada possibilidade de encontrar novos vícios musicais ao virar da esquina. Alt-J, Django Django, Efterlang e The Very Best estão entre os candidatos. A pulseira de acesso à experiência total custa €40.

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