Fantasporto vende passes a 60 euros para contornar a crise

O previsto aumento do IVA de 6 para 23% já está a causar reacções: Fantasporto vai vender passe mais económico para todo o festival. Bilhetes individuais vão custar cinco euros

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Festival de cinema decorre de 20 de Fevereiro a 4 de Março Fernando Veludo/nFactos

O Fantasporto está a vender, até Dezembro, passes para todo o festival por 60 euros, incentivando, desta forma, que as pessoas evitem o aumento de preço dos bilhetes provocado pela passagem do IVA para o escalão máximo. Mesmo assim, o festival vai ter de aumentar em um euro os preços dos bilhetes para cada sessão, que passam a custar 5 euros, ainda assim mais baratos do que numa sala de cinema normal.

Segundo a proposta preliminar do Orçamento do Estado para 2012, o Governo vai manter a taxa reduzida de IVA de 6% para os livros, mas os bilhetes de ingresso em todos os espectáculos vão passar a ser sujeitos à taxa de IVA de 23%. O director do festival de cinema do Porto, Mário Dorminsky, admitiu em declarações à Lusa que o evento "já está a sofrer devido à retracção no sector público, que é acompanhada por uma retracção dos privados que preferem apostar em áreas de lazer com retorno imediato como é o caso do futebol".

Programação não será afectada

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Mário Dorminsky lamenta falta de apoios ao festival Paulo Pimenta

Mesmo assim, garante que se há poupanças a serem feitas "elas não irão afectar a programação que chega ao público". A redução de custos e a procura de novas parcerias são algumas das estratégias ensaiadas para enfrentar os tempos de escassez de recursos que se adivinham piores para 2012. "O grande problema do próximo ano é que tanto da parte do Estado como do privado estamos a prever atrasos na entrega das verbas acordadas", admite Mário Dorminsky.

Tanto ele como Beatriz Pacheco Pereira, a responsável pela programação, lembram que os principais afectados podem ser "as quatro pessoas que fazem a estrutura permanente do festival, algumas delas há mais de 20 anos, essenciais para, por exemplo, assegurar toda a carga burocrática que está inerente às candidaturas a que o Fantasporto concorre".

Parceiros como a UNICER ou a Câmara Municipal do Porto têm vindo a diminuir as suas contribuições e Mário Dorminsky admite que a maior parte dos decisores que estão no sul do país "não percebem a importância que o festival tem" até em termos de projecção "da cidade e do norte".

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