“A nossa Constituição foi rasgada”, diz Partido dos Trabalhadores

O partido de Lula da Silva defende a inocência de Lula. “A maioria do Supremo Tribunal Federal ajoelhou-se ante a pressão escandalosamente orquestrada pela Rede Globo”, escreveu.

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Apoiante de Lula da Silva Reuters/PILAR OLIVARES

O Partido dos Trabalhadores (PT), pelo qual Lula da Silva volta a candidatar-se à presidência do Brasil, já reagiu à decisão do Supremo Tribunal Federal que recusou o habeas corpus e autorizou a prisão do ex-Presidente. “Hoje é um dia trágico para a democracia e para o Brasil”, diz um comunicado publicado no site do partido.

“Não há justiça nesta decisão. Há uma combinação de interesses políticos e económicos, contra o país e sua soberania, contra o processo democrático, contra o povo brasileiro”, lê-se no comunicado. “A nossa Constituição foi rasgada por quem deveria defendê-la”.

Os seis votos contra o habeas corpus (e cinco a favor) do Supremo Tribunal abriram porta à prisão de Lula por 12 anos e um mês. O Partido dos Trabalhadores salienta, no entanto, que o julgamento no âmbito da investigação Lava Jato constituiu um “processo ilegal”, com “juízes notoriamente parciais” que “não conseguiram sequer caracterizar a ocorrência de um crime”.

“A maioria do Supremo Tribunal Federal ajoelhou-se ante a pressão escandalosamente orquestrada pela Rede Globo”, considera a Comissão Executiva do partido. Diz ainda que a presidente do Supremo Tribunal, Cármen Lúcia, cujo voto contra selou a decisão, abriu "mais um procedimento de excepção" e ignorou a "presunção da inocência como regra geral".

O Partido dos Trabalhadores reafirmou ainda que o ex-Presidente será candidato às presidenciais brasileiras mesmo que esteja a cumprir pena de prisão. “O povo brasileiro tem o direito de votar em Lula, o candidato da esperança”, sustenta o partido, acrescentando que vai defender esta candidatura “nas ruas e em todas as instâncias, até as últimas consequências”.

A Articulação de Esquerda – uma facção dentro do PT –  também divulgou uma nota de condenação à decisão dos juízes do STF e de reiteração do seu apoio a Lula da Silva. O grupo apela à “resistência colectiva” e propõe a formação de uma barreira humana para impedir a prisão do antigo Presidente.

“Queremos (...) informar publicamente a nossa decisão de resistir colectivamente à tentativa de prisão, através de barreira humana que proteja o Presidente Lula onde ele estiver: na sua residência, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na sede do Partido dos Trabalhadores”, lê-se no comunicado. “Eleição sem Lula é fraude!!! Contra a tirania, o povo tem o direito e o dever da rebelião!!!”, defende a Articulação de Esquerda.

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