Venderam-se mais de 150 mil casas em 2017, um recorde dos últimos nove anos

Dados do INE revelam uma subida média de 9,2% nos preços e de 30,6% no valor das transacções.

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Venda de casas com crescimento elevado no último ano. fernando veludo/nfactos

O número de alojamentos vendidos em 2017 ascendeu a 153.292, um crescimento de 26.186 habitações (22%) face ao ano anterior, e o número mais elevado dos últimos nove anos.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta sexta-feira, que mostram ainda uma subida média anual dos preços de 9,2%.

Em valor, as vendas superam os 19,3 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de mais de 4,5 mil milhões (30,6%) por comparação com 2016, com o INE a destacar que “nos últimos quatro anos o valor das transacções de alojamentos mais do que duplicou, e o número de transacções aumentou 82%, entre 2014 e 2017”.

Em relação ao número de vendas, os alojamentos existentes continuaram a representar a maior parte das transacções realizadas, tendo o seu peso relativo aumentado em 1.5 pontos percentuais, para 84,5%. Este aumento é explicado pelo facto de as habitações existentes terem registado uma variação do número de transacções de 22,8%, uma taxa muito superior à observada nos novos (9,8%).

No quarto trimestre do último ano, o número de vendas de habitações cresceu 9,4% face ao período homólogo de 2016, com o valor a atingir aproximadamente 5,6 mil milhões de euros, mais 37,8% em termos homólogos e 14,8% comparativamente com o trimestre anterior. As habitações existentes foram as principais responsáveis pelo forte aumento observado no valor das transacções, com um crescimento de 41,3% (o que pode ser explicado pela compra de habitação no centro das cidades), enquanto nas habitações novas a taxa de variação homóloga foi 24,8%.

Preços a abrandar

O Índice de Preços da Habitação (IPHab), calculado pelo INE, apresentou uma variação média anual de 9,2%, um ritmo de crescimento que excedeu em 2,1 pontos percentuais o registado em 2016. A subida dos preços foi mais intensa nas habitações existentes (10,4%) do que nas habitações novas (5,6%).

Os dados mostram que, entre o terceiro e o quarto trimestre de 2017, o IPHab cresceu 1,2%, sensivelmente um terço do aumento observado no trimestre anterior (3,5%). Por categoria, as habitações existentes apresentaram uma variação dos preços de 1,5% (4,1% no terceiro trimestre), valor acima do observado para as habitações novas (que observaram um aumento marginal entre os dois últimos trimestres de 2017).

As duas regiões com maior número de transacções (a Área Metropolitana de Lisboa e a região do Norte) concentraram 64,3% do número total das vendas realizadas, o que constitui um novo máximo na série disponível. Em destaque ainda o Alentejo, que foi que apresentou um incremento (0,1 pontos percentuais) no respectivo peso relativo no último ano, enquanto o Algarve foi a única região a registar uma redução (-0,3 pontos percentuais) em termos de quota, tendo os pesos relativos das restantes regiões nacionais permanecido inalterados.

Em valor, continuou a observar-se uma concentração das vendas de habitações na Área Metropolitana de Lisboa e na região Norte, com estas duas regiões a representar 70,9% do total do valor transaccionado, mais 1 ponto percentual face a 2016. A Área Metropolitana de Lisboa foi no entanto a única a incrementar a sua importância relativa todos os anos, passando de uma quota de 41,9%, em 2013, para 48,2%, em 2017.

 

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