Pizarro faz da descentralização uma das bandeiras do seu mandato

Candidato à distrital do PS-Porto teve casa cheia. Na sessão foi notada a ausência do recém-eleito lidera da concelhia socialista, Renato Sampaio, que tem uma ligação muito próxima com Sócrates

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Manuel Pizarro com António Costa no último dia da campanha das autáruicas de 2017 Paulo Pimenta

As várias sensibilidades do PS juntaram-se a Manuel Pizarro que ontem apresentou a sua recandidatura à distrital do Porto, dando, assim, um sinal de unidade.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, era uma das figuras mais esperadas na sessão e à chegada, em declarações aos jornalistas, foi generoso para com o candidato, elogiando a sua liderança à frente da distrital. “O nosso dever é o de lhe proporcionarmos condições para que prepare bem o PS para os desafios estratégicos que temos pela frente: eleições europeias e legislativas”, declarou. Renato Sampaio, recém-eleito presidente da concelhia do PS-Porto, não compareceu.

No discurso de apresentação, que foi longo, Manuel Pizarro deu um sinal de pacificação interna ao referiu-se a José Luís Carneiro como sendo um “notável autarca”, numa alusão à sua passagem pela Câmara de Baião, e um “governante ilustre”.

Manuel Pizarro, que para já é candidato único, fez um discurso já a pensar em 2019, mas antes puxou pelos louros da sua liderança para vincar que o PS detém agora na sequência das autárquicas 11 das 18 presidências de câmara do distrito, para além de presidir à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa.

Mas as suas primeiras palavras foram para o Governo do PS, liderado por António Costa, que – disse – “provou que é possível e que é desejável uma política alternativa [ao Governo PSD/CDS] ”. “Com essa política alternativa, foi possível retomar o caminho do crescimento económico, reduzir o desemprego, equilibrar as contas públicas e começar, finalmente, a reduzir a dívida e o duro fardo que ela ainda representa para os portugueses”, declarou Pizarro, acrescentando que “em 2016 e 2017 o país alcançou os menores défices das contas públicas de todo o período democrático”.

Com o auditório da Fundação Eng. António de Almeida completamente cheio, o candidato à maior distrital do PS virou depois a agulha para as três linhas de acção prioritárias do seu mandato de dois anos, revelando que  a primeira medida passa pela construção de uma agenda para o desenvolvimento integrado da região Norte, da Área Metropolitano do Porto e da CIM do Tâmega e Sousa.

A descentralização é a segunda bandeira do candidato, que promete o empenho activo do PS neste processo. Quanto ao terceiro eixo da sua governação, Pizarro acena com a vontade de intensificar o esforço de modernização e rejuvenescimento do PS.

Já quanto aos próximos desafios eleitorais, deixou a promessa de que “em 2019 o PS vai tornar-se no maior partido no distrito, contribuindo para uma grande vitória nacional nas legislativas”. E deixou um propósito: “O que propomos como objectivo é alcançar uma votação superior à do PSD e do PP somados, concorram eles juntos ou separados”.

Antes do candidato subir ao palco, falaram Cistina Vieira, que venceu pela primeira vez a Câmara do Marco de Canaveses para o PS, Luísa Salgueiro, que reconquistou a Câmara de Matosinhos para os socialistas, e Eduardo Vitor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia e do Conselho Metropolitana do Porto. Luísa Salgueiro não poupou elogios a Pizarro, enaltecendo-lhe o empenho em fazer com que a “família socialista de Matosinhos se reencontrasse”. “Estamos-te gratos pelo que fizeste”, disse a presidente, que não resistiu a fazer uma confidência: “Nem sempre atendes os telemóveis - a plateia deu uma sonora gargalhada -, mas nas horas certas não faltas”.

 

 

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