Rússia exige explicações a Facebook e Instagram por fechar páginas de Kadirov

Líder da Tchetchénia era utilizador frequente das redes sociais, mas as suas páginas foram banidas no sábado. Dias antes, o Governo americano aplicara sanções contra ele por violação dos direitos humanos.

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Ramzan Kadirov é líder da Tchetchénia há dez anos Reuters/MAXIM SHEMETOV

A agência que fiscaliza a Internet na Rússia, a Roskomnadzor, deu um prazo ao Facebook e ao Instagram para explicarem o que as levou a banirem as páginas do líder da Tchetchénia, o polémico Ramzan Kadirov.

O líder tchetcheno, de 41 anos, é um utilizador frequente das redes sociais na Internet, tanto das mais usadas em todo o mundo – como o Facebook e o Instagram –, como das preferidas por milhões de russos, como a VKontakte. 

No sábado passado, as páginas de Kadirov no Facebook e no Instagram desapareceram, sem que tenham sido avançadas quaisquer explicações oficiais. Numa primeira reacção, o presidente da comissão do Parlamento russo que supervisiona as telecomunicações, Leonid Levin, disse que essa decisão pode constituir uma violação da liberdade de expressão, e deu "alguns dias" aos responsáveis do Facebook e do Instagram para que a expliquem – se isso não acontecer, Levon disse que a sua comissão parlamentar irá enviar uma carta ao Facebook.

Agora, o presidente da agência federal Roskomnadzor, Alexander Zharov, veio dizer que essa carta poderá ser enviada também com a sua assinatura, para dar mais força ao protesto oficial. "A Roskomnadzor apoia a iniciativa anunciada por Leonid Levin para enviar um pedido ao Facebook e ao Instagram. Se as redes sociais não clarificarem num futuro próximo as suas razões para a interdição, a queixa será submetida", cita a agência noticiosa TASS.

Kadirov tornou-se presidente da república russa da Tchetchénia em 2007, nomeado pelo Presidente russo, Vladimir Putin. É acusado pelos seus opositores de gerir a república com mão de ferro, usando a tortura, os assassinatos extrajudiciais, a repressão, a perseguição de homossexuais e a corrupção para consolidar o seu poder político e aumentar a sua fortuna.

Na semana passada, o Departamento do Tesouro norte-americano aplicou sanções a Ramzan Kadirov por violações dos direitos humanos, no âmbito da Lei Magnitski de 2012. "Vamos continuar a usar a Lei Magnitski para punir os maiores responsáveis por violações dos direitos humanos na Rússia, incluindo indivíduos responsáveis por assassínios extrajudiciais, tortura e outros actos desprezíveis", disse o responsável pela gestão dos bens financeiros de cidadãos estrangeiros nos Estados Unidos, John Smith.

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