“Incêndios” e “afecto” lideram a lista de preferências para a Palavra do Ano

Em Angola, a palavra que lidera a lista é "exoneração".

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Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos "afectos", abraça uma das pessoas afectadas pelos incêndios LUSA/PAULO NOVAIS

Os vocábulos "incêndios", "afecto" e "floresta" lideram a lista de preferência dos cibernautas para a Palavra do Ano 2017, processo que se iniciou no passado dia 1, divulgou esta sexta-feira a promotora do concurso. A votação prossegue até ao final do mês, e a palavra vencedora será conhecida no dia 4 de Janeiro, às 10h30, numa cerimónia na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém, no concelho de Loures, nos arredores de Lisboa.

"Duas semanas após o início da votação, já votaram cerca de 10.000 internautas", disse à Lusa fonte da Porto Editora (PE), que organiza a iniciativa desde 2009.

O vocábulo "incêndios", que lidera as intenções dos cibernautas, foi escolhido por causa dos "sucessivos incêndios que se fizeram sentir durante este ano em todo o país; 2017 foi um dos anos mais trágicos de sempre, pela enorme quantidade de vítimas e pela dimensão da área atingida", justificou a PE

A "incêndios" sucedem-se, nas intenções dos cibernautas portugueses, "afecto", "floresta", "vencedor", seguindo-se "crescimento", "desertificação", "gentrificação", "cativação", "peregrino" e, em último, "independentista".

A eleição da Palavra do Ano vai na nona edição e "já faz parte do calendário dos portugueses, tal a curiosidade que desperta e a participação crescente nas votações, apesar de ser exclusivamente 'online'", disse à Lusa a mesma fonte.

As palavras eleitas nas edições anteriores foram "esmiuçar" (2009), "vuvuzela" (2010), "austeridade" (2011), "entroikado" (2012), "bombeiro" (2013), "corrupção" (2014), "refugiado" (2015) e "gerigonça" (2016). No ano passado, participaram cerca de 28.000 cibernautas, ultrapassando os cerca de 20.000 votantes de 2015.

"Exoneração" lidera a lista em Angola

Já em Angola, são "exoneração", "mudança" e "divisas" que lideram a lista de preferências dos internautas angolanos para a escolha da Palavra do Ano 2017. Segundo a Plural Editores Angola, que organiza a iniciativa, participaram na votação, até à data, cerca de mil internautas e a palavra vencedora será conhecida no dia 30 de Janeiro, pelas 18h30 locais, numa cerimónia no Centro Cultural Português, em Luanda. "Exoneração", que está à frente nas preferências, foi escolhida, na sequência da política aplicada pelo actual Presidente de Angola.

Desde a tomada de posse, em Setembro, João Lourenço mudou as chefias militares, ordenou a exoneração de titulares de cargos públicos, em organismos do Estado, na Polícia e na administração de empresas estatais de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e do Banco Nacional de Angola, tendo exonerado, entre outros, Isabel dos Santos, filha do anterior presidente angolano, da liderança da Sonangol.

A escolha da Palavra do Ano 2017 de Angola prossegue até ao final do mês. Às três primeiras - "exoneração", "mudança" e "divisas" -, segue-se, em 4.º lugar, "eleições", em 5.º, "micha", que significa uma fatia de pão fabricado com farinhas diversas, em 6.º, "barragem", em 7.º, "kaluanda", "termo que se tornou comum e é usado para designar algo ou alguém que é originário de Luanda", esclarece a Plural Editora Angola, que organiza a iniciativa.

No 8.º lugar está a palavra "professor", seguindo-se, "maka", frequentemente usada em expressões como "não há maka" ou "não tem maka", para "descrever situações de fácil resolução".

"Maka", que significa conflito ou discórdia, é uma palavra que tem origem no kimbundu, dialecto falado em várias partes de Angola, nomeadamente no noroeste, incluindo a capital.

A fechar as preferências dos internautas, até ao dia de hoje, está o termo "candongueiro", nome dado "ao meio de transporte mais utilizado em Angola, o popular veículo de passageiros, geralmente pintado de branco e azul".

No ano passado, quando se realizou a escolha da Palavra do Ano, em Angola, pela primeira vez, a eleita foi "crise", tendo mobilizado 31% dos votos.

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