Revisão em baixa do desemprego de Julho confirma criação de emprego líquido

O INE publicou a revisão da taxa de desemprego de Julho, a mais baixa desde Novembro de 2008.

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Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego Enric Vives-Rubio

O secretário de Estado do Emprego considera que a revisão esta sexta-feira em baixa da taxa de desemprego de Julho, para 8,9%, confirma a entrada numa "fase muito diferente" de recuperação do mercado de trabalho baseada na "criação de emprego líquido".

"Estes dados são muito positivos e aprofundam aquela que tem sido a tendência muito sustentada do mercado de emprego no último ano e meio", afirmou Miguel Cabrita, recordando que, se durante alguns anos houve "uma recuperação do mercado de trabalho baseada fundamentalmente na diminuição do desemprego, mas sem conseguir criar emprego líquido", se entrou agora, "claramente, numa fase muito diferente que se baseia na criação de emprego, acrescentando postos de trabalho aqueles que existiam no mercado de trabalho".

O governante reagia, em declarações à Lusa, à revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais da taxa de desemprego de Julho, para 8,9%, feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes dados colocam a taxa de desemprego de Julho no valor mais baixo desde Novembro de 2008, estimando o INE para Agosto a manutenção do mesmo valor.

Recuando a Julho de 2016, quando o desemprego estava nos 10,9%, Miguel Cabrita destaca que, "em apenas um ano, houve uma diminuição de dois pontos percentuais" deste indicador, acompanhada de uma criação líquida de emprego "da ordem de cerca de 150.000 postos de trabalho".

"Verificamos também que no desemprego jovem, que é um segmento particularmente complexo do ponto de vista da inserção no mercado de trabalho, há um ano atrás estávamos [em Julho de 2016] nos 27,1% e agora [em Julho de 2017] estamos nos 23%, ou seja, uma diminuição de quatro pontos percentuais neste segmento tão difícil", salientou.

Para o secretário de Estado, esta "melhoria muito consolidada dos indicadores do emprego" está "em linha com as previsões e os resultados do crescimento económico e do PIB [produto interno bruto]" e é, "também, o resultado de uma mudança muito grande na confiança dos diferentes agentes" da economia portuguesa.

"Quando olhamos para os índices de confiança dos investidores, dos empresários e dos consumidores encontramos níveis que estão em máximos históricos e isto cria condições para que se crie mais emprego e emprego de maior qualidade", sustentou, salientando que para tal contribuiu "a estratégia que tem sido seguida do ponto de vista político, com a devolução de rendimentos e a garantia de um conjunto de instrumentos de estabilidade que não existiam anteriormente".

"Há claramente um horizonte diferente na sociedade portuguesa que se reflecte na economia, no comportamento dos agentes económicos e também, felizmente, no mercado de emprego", concluiu, antecipando a manutenção desta "trajectória de recuperação sustentada".

O INE reviu em baixa de 0,2 pontos percentuais a taxa de desemprego de Julho para 8,9%, o valor mais baixo desde Novembro de 2008, estimando para Agosto a manutenção do mesmo valor.

O valor apurado para Julho representa uma descida em 0,2 pontos percentuais face ao mês anterior e menos 0,6 pontos percentuais em relação a três meses antes, sinaliza o INE.

A estimativa provisória da população desempregada de Agosto foi de 461.400 pessoas, tendo aumentado 0,4% (1800) em relação ao mês anterior (Julho de 2017) e diminuído 2,6% (12.400) face ao observado três meses antes (Maio de 2017).

Já a estimativa provisória da população empregada foi de 4.697.800 pessoas, tendo diminuído 0,1% (5100) face ao mês anterior (Julho de 2017) e aumentado 0,5% (25.400) em relação a três meses antes (Maio de 2017), sinaliza o INE.

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