Dois meses depois, Marcelo volta a Tancos

Presidente visita esta segunda-feira uma das unidades responsáveis pela segurança dos paióis de onde desapareceu material bélico considerável em finais de Junho.

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Marcelo visitou os paióis com o chefe do Exército LUSA/PAULO NOVAIS

Dois meses depois de ter ido a Tancos de surpresa, acompanhado pelo ministro da Defesa, e de ali os dois se terem reunido com os chefes das Forças Armadas e do Exército para se inteirarem do desaparecimento de material de guerra dos paióis daquela base aérea, o Presidente da República volta esta segunda-feira ao local do crime. Ou quase.

Desta vez, Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar o Regimento de Paraquedistas, uma das cinco unidades encarregues da segurança aos paióis assaltados. Trata-se de uma visita que se insere numa série de outras que o comandante supremo das Forças Armadas tem efectuado a instalações militares. Mas a importância que deu ao furto do material bélico não deverá ficar do lado de fora dos portões.

O comandante do Regimento de Paraquedistas é um dos cinco responsáveis que foram afastados temporariamente pelo Chefe de Estado Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, a 1 de Julho, uma decisão justificada para garantir que as averiguações “decorreriam de forma absolutamente isenta e transparente”. Os militares exonerados eram os comandantes das cinco unidades que partilhavam a responsabilidade da segurança dos paióis: as unidades de Apoio da Brigada de Reação Rápida (BRR) e de Apoio Geral de Material do Exército (Benavente), os regimentos de Paraquedistas, de Infantaria n.º 15 (Tomar) e de Engenharia n.º 1.

Todos foram renomeados para os mesmos cargos a 17 de Julho, por se considerar que, “com a conclusão destas averiguações, se encontram ultrapassadas as razões que justificaram a exoneração dos comandantes", segundo um comunicado do ramo desse dia.

As conclusões das investigações ainda não são públicas, mas o Diário de Notícias adiantou na sexta-feira que “o Exército já abriu processos disciplinares a vários militares devido ao furto de material de guerra nos paióis de Tancos”, sem adiantar quantos militares estão já abrangidos e por que motivos.

A 4 de Julho, quando se deslocou àquela base aérea, Marcelo Rebelo de Sousa considerou “muito útil” a visita, porque é "muito diferente ir até ao terreno" e perceber de perto a situação. Horas antes, em Castanheira de Pera, tinha feito a sua declaração sobre o caso: "O que eu exijo é que haja investigação total, integral. Como disse, estão em causa o prestígio de Portugal, o prestígio das Forças Armadas, a autoridade do Estado e a segurança dos portugueses. Isso deve ser feito doa a quem doer e não deixando ninguém imune." 

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