Autoridades procuram na água pistas de menina desaparecida em França

A Gendarmerie tem feito uso de diversos meios, incluindo um helicóptero, vários drones, cães-polícia e mergulhadores, para procurar a menina luso-descendente. Neste domingo, investiu nas zonas de água.

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EPA/Gendarmerie Nationale

Concentram-se este domingo na água as buscas pela lusodescendente Maëlys Araújo, de nove anos, que há uma semana desapareceu de uma festa de casamento, em Pont-de-Beauvoisin, uma pequena localidade do sopé dos Alpes, no sudeste de França, já perto das fronteiras com a Itália e a Suíça.

Eram cerca de 3h00 de 27 de Agosto quando os pais deram por falta de Maëlys Araújo. De imediato, lançaram-se no seu encalço só que a menina não estava no salão, nem nas suas proximidades. Procuraram-na durante uma hora antes de alertar a Gendarmerie, traduzível por gendarmaria ou guarda.

“Estamos a explorar todos os caminhos”, explicou na quinta-feira a procuradora Bourgoin-Jallieu Dietlind Baudoin, num comunicado divulgado por diversos órgãos de comunicação social franceses e reproduzido por jornais de outros países. “Tendo em conta o tempo que passou desde o desaparecimento da pequena Maëlys e os meios envolvidos, a hipótese de crime não pode ser excluída.”

As autoridades interrogaram os cerca de 180 convidados do casamento ao qual Maëlys fora com os pais e outros familiares. Por causa de incongruências nos depoimentos prestados, dois homens foram detidos, um na quinta-feira e outro na sexta-feira, mas acabaram por ser libertados em menos de 48 horas.

“O objectivo prioritário e absoluto é de encontrar a menina Maëlys”, declarou no sábado o procurador-adjunto da comarca de Grenoble, Laurent Becuywe, à imprensa francesa. “Depois, chegará a hora de identificar o autor ou autores. Deste ponto de vista, não podemos excluir nenhuma pista."

Desde que a criança despareceu, cerca de 40 buscas foram efectuadas. E as autoridades continuam no terreno à procura de indícios. A Gendarmerie tem feito uso de diversos meios, incluindo um helicóptero, vários drones, cães-polícia e mergulhadores. Neste domingo, investiu nas zonas de água.

Um processo por rapto e sequestro foi aberto. Dois magistrados foram nomeados para liderar a investigação. Isto deverá mudar a estratégia. "O quadro de flagrante já não é o enquadramento mais apropriado”, explicou Laurent Becuywe na conferência de imprensa. “A abertura de uma investigação judicial dá prerrogativas aos investigadores e aos juízes que não existiram antes.”

O caso tem mobilizado a população local. Ainda no passado sábado, centenas de pessoas, muitas das quais equipados com coletes fluorescentes e câmaras fotográficas, vasculharam bosques e matas de Pont-de-Beauvoisin. As autoridades já tinham passado aquela zona toda a pente fino.

Imagens das buscas têm sido partilhadas pela Gendarmerie nas redes sociais. Em diversas ocasiões, aproveitou plataformas digitais para lançar um apelo: qualquer pessoa que julgue ter alguma informação relevante sobre a criança deve entrar em contacto pelo número [0033] 0476370017.

Maëlys de Araújo tem apenas nacionalidade francesa. Ainda assim, a Secretaria de Estado das Comunidades diz que a situação está a ser acompanhada pelo consulado de Portugal em Lyon e que já ofereceu apoio à família.

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