Mota-Engil aumenta volume de negócios em 15%

Construtora realça "sinais de dinamismo" que chegaram ao mercado português, depois de anos de queda.

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A carteira de encomendas em Portugal registou um acréscimo de 130 milhões de euros ENRIC VIVES-RUBIO

A Mota-Engil registou um resultado líquido de 4,6 milhões de euros entre Janeiro e Junho, uma descida de 94% face ao lucro de 72 milhões de euros obtido no período homólogo de 2016, revelou a construtora. A comparação com 2016 leva em conta que, nesse período de 2016, a empresa encaixou ganhos extraordinários (de 77 milhões de euros) com as vendas dos negócios da logística (a Tertir, ao grupo Yildrim) e do sector das águas (a Indáqua, alienada ao grupo Myia).

No comunicado a propósito das contas consolidadas do primeiro semestre de 2017, enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresa sublinha “o crescimento de 15% no volume de negócios, para 1196 milhões de euros, e um crescimento do EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] de 25% [para 186 milhões de euros]".

Relativamente à carteira de encomendas, a Mota-Engil registou-se um reforço de 450 milhões de euros desde Dezembro de 2016, estando agora com um volume de encomendas que atinge os 4900 milhões de euros.

"Este valor destaca-se de forma acrescida pelo crescimento simultâneo da produção, o que permite antever perspectivas positivas para o desempenho operacional no segundo semestre do ano, especialmente em África e na América Latina", assinalou a construtora.

A América Latina é a região com maior peso no volume de negócios consolidado do grupo, com 469 milhões de euros e um EBITDA de 38 milhões de euros. Relevante, ainda, é o facto de o nível de carteira de encomendas estar já em 1700 milhões de euros “e com uma base diversificada em sete diferentes países, dotando o grupo de um pilar geográfico cada vez mais relevante no seu desenvolvimento”.

Em África, que sempre foi uma área geográfica relevante para a Mota-Engil – muito por causa da sua actividade – em Angola, o grupo cresceu 4% para um volume de negócios de 349 milhões de euros – um EBITDA de 78 milhões de euros. As margens conseguidas neste mercado, de 22%, continuam a ser as mais relevantes do globo. A carteira de encomendas no mercado africano vai já nos 2304 milhões de euros, “motivada pela entrada em novos mercados, como a Tanzânia e Guiné Conacri”.

A Mota-Engil assinala, também, os primeiros sinais de dinamismo que está a encontrar no mercado português “depois de anos de queda”.

A carteira de encomendas em Portugal registou um acréscimo de 130 milhões de euros “impulsionado pelo aumento do investimento privado depois de anos em queda, esperando-se o dinamismo do mercado de Obras Públicas a partir de 2018”.

Em todo o mercado Europeu, o volume de negócios cresceu 11%, e está agora nos 380 milhões de euros. As margens de rentabilidade também estão a melhor nestes mercados. O EBITDA passou de 11% para 16%, muito à custa da melhoria da rentabilidade no negócio da Engenharia e Construção e do Ambiente.

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